Ministro da Justiça diz que reintegração de posse era determinação da Justiça e que morte de índio será investigada

Governo de Mato Grosso do Sul alegou que polícia não utilizou arma com munição letal na ocasiãoO Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lamentou a morte do índio terena Oziel Gabriel,  35 anos, na manhã desta quinta, dia 30, durante um conflito com a polícia na desocupação da fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS). Em entrevista coletiva na noite desta quinta, o ministro afirmou que a reintegração tinha que acontecer porque foi determinada pela Justiça, e que será investigado se houve abuso por parte da Polícia Federal e da Polícia Militar do Estado. Cardozo ainda afirmou que já abriu in

– Se houve abuso, se houve transgressão de alguma autoridade, isso vai ser apurado, e os eventuais responsáveis, punidos – disse.

A Polícia Federal, por sua vez, admitiu o uso de armas de fogo, mas alega que reagiu a uma retaliação dos ocupantes.

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O governo de Mato Grosso do Sul esclareceu, por meio de nota, que o Estado estava presente na reintegração de posse da fazenda Buriti, em apoio à Polícia Federal, cumprindo ordem expedida pela Justiça Federal, e que a equipe da Polícia Militar que atuou na ação não utiliza munição letal.

A tropa que prestou apoio é a Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (CIGCOE), especializada em atuar nessas condições, que só utiliza armas munidas com balas de borracha, informou o governo. Ao mesmo tempo, o comando da PM recebeu da Polícia Federal informação de que contra os policiais teria sido utilizada arma de fogo.

O governador André Puccinelli buscou contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para solicitar ação do governo federal no sentido de aliviar a tensão e evitar novos conflitos, considerando que a questão fundiária e dos interesses dos indígenas é responsabilidade da União. Não sendo possível o contato, o governador falou com o general Roberto Sebastião Peternelli Junior que está substituindo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Carvalho Siqueira, e pediu intervenção imediata do governo para que a situação seja resolvida.

Na nota, o governo esclarece que “reforça que toda a ação executada na Fazenda Buriti segue ordem da Justiça para apoio à Polícia Federal, e que a ação da CIGCOE seguiu os procedimentos de garantir a ordem, preservando a vida. Da mesma forma que o apoio prestado, a eventual retirada da PM acontecerá se houver determinação da Justiça”.

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