Moagem de cana-de-açúcar na safra 2014/2015 do Centro-Sul já é 71,45% superior à safra passada

Dados foram divulgados hoje, em levantamento da União Nacional da Indústria da Cana-de-AçúcarNo acumulado, desde o início da safra 2014/2015 até 16 de abril, a moagem de cana-de-açúcar somou 16,41 milhões de toneladas, 71,45% superior ao mesmo período de 2013. Só na primeira metade abril, o volume processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil totalizou 12,57 milhões de toneladas, alta de 62,52%, em relação aos 7,73 milhões de toneladas da mesma quinzena do ano anterior. No final da primeira quinzena de abril deste ano, 153 unidades produtoras operavam na região, an

– Esse número de usinas ligeiramente inferior ao observado em 2013 foi compensado pelo clima mais seco verificado nesse ano e, portanto, não impactou o volume de cana processada no período – de acordo com o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.

A expectativa é de que até o final de abril, cerca de 90% das unidades produtoras estejam em operação na região Centro-Sul, acrescentou o executivo.

Qualidade da matéria-prima

A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de matéria-prima processada atingiu 103,52 kg na primeira quinzena de abril de 2014.

Segundo a Unica, o valor baixo é inferior ao real índice verificado nas usinas. O cálculo utilizado para obter o “ATR produto” se dá a partir do volume de cana-de-açúcar processada e das produções de etanol e de açúcar, tomando certas premissas relativas às perdas industriais e às eficiências de fermentação e de destilação. O volume de cana-de-açúcar que estava em processamento não obteve sua respectiva contrapartida em produtos (etanol e açúcar), reduzindo a qualidade da matéria-prima obtida por meio dessa sistemática. Quando o cálculo é restrito apenas às unidades produtoras que já estavam em operação no final de março, o ATR produto obtido para a primeira quinzena de abril deste ano alcança 115,68 kg por tonelada de cana-de-açúcar.

– Os dados levantados em laboratório pelas usinas também revelam que a qualidade da matéria-prima colhida neste início de safra é superior àquela verificada no mesmo período da safra passada – afirma Rodrigues.

Produção de açúcar e etanol

Do total de cana-de-açúcar processada até o final da primeira quinzena de abril, 33,28% foi destinada à produção de açúcar, contra 66,72% para a fabricação de etanol.

A produção de açúcar até o final da primeira metade de abril desse ano foi maior do que aquele registrado no mesmo período de 2013. Para a Unica, esse maior percentual de matéria-prima direcionado ao açúcar é explicado pelo clima mais chuvoso no início da safra 2013/2014, o que dificultou a fabricação do produto, e pela necessidade de atendimento dos compromissos já contratados para entrega de açúcar no início da atual safra.

Com isso, a produção de açúcar acumulada desde o início da safra 2014/2015 até 16 de abril totalizou 538,84 mil toneladas. Já o volume produzido de etanol nesse período alcançou 667,05 milhões de litros, sendo 453,87 milhões de litros de etanol hidratado e 213,18 milhões de litros de etanol anidro.

Na primeira quinzena do mês, a produção de açúcar alcançou 405,24 mil toneladas e a de etanol 515,12 milhões de litros, dos quais 348,42 milhões de litros de etanol hidratado e 166,70 milhões de litros de etanol anidro.

Vendas de etanol

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul nos primeiros quinze dias de abril somaram 851,88 milhões de litros, aumento de 12% comparativamente ao mesmo período do ano anterior, que comercializou 760,63 milhões de litros.

Este crescimento é consequência da expansão no mercado doméstico, que somou 786,03 milhões de litros ante 740,82 milhões de litros registrados na primeira quinzena de abril de 2013, um crescimento de 6,10%. As exportações alcançaram 65,85 milhões de litros no período.

– Parte do crescimento nas vendas de etanol hidratado para o mercado doméstico na primeira quinzena de abril se deve a antecipação da retirada do produto pelas distribuidoras para o atendimento do feriado prolongado no início da segunda quinzena do mês – explica o diretor da Unica.

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