Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ocupa propriedades rurais e prédios públicos em todo o país

Mobilização é conhecida como Abril Vermelho e protesta por lutas históricasComeçou nesta semana, a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária de 2014, movimento com ações previstas até o dia 10 de maio. Já foram realizadas 21 ocupações de terra, 12 prédios públicos, além do bloqueio de rodovias, acampamentos e marchas por diversas cidades de 10 Estados.

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O movimento cobra um plano emergencial do governo federal para o assentamento de mais de 100 mil famílias acampadas, a paralisação do Programa Nacional de Habitação Rural, a reivindicação de uma nova linha de crédito para a agricultura familiar, a ampliação e o fortalecimento de programas de compra direta de alimentos produzidos por assentados (PAA e Pnae) e medidas que garantam educação nos assentamentos.

Região Sudeste

Minas Gerais

Desde segunda, dia 28, cerca de 400 trabalhadores rurais do MST mantiveram as praças de pedágio da rodovia Fernão Dias – BR 381, na altura do município de Santo Antônio do Amparo, abertas. Após 24 horas, os Sem Terra decidiram seguir para a capital mineira, onde cobraram do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) os compromissos assumidos que garantiram o encerramento da manifestação.

Região Sul

Santa Catarina

Cerca de 800 militantes da Via Campesina protestaram em frente à Caixa Econômica Federal, no município de Chapecó. Os manifestantes pediram ao governo federal maior agilidade e atualização do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR).

Rio Grande do Sul

Na terça, dia 29, cerca de 800 famílias do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) ocuparam cinco fazendas, enquanto mais de dois mil trabalhadores do MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) ocuparam quatro agências da Caixa Econômica Federal.

No Estado foram ocupadas fazendas nos municípios de Capão do Leão, a fazenda Galapéia, de 3 mil hectares, com 150 famílias; em Pelotas, a fazenda da Palma na Colônia Z3, de 2 mil hectares, com 150 famílias; em Catuípe, a fazenda da Família Cabral, com 863 hectares, por 80 famílias; em Cruz Alta uma área de 104 hectares que pertenceria à Varig, com cerca de 100 famílias e em Passo Fundo, uma fazenda do advogado Maurício Dal Agnol, foragido da Justiça brasileira, de 300 hectares, por 150 famílias do MST e MAB.

As ocupações das agências da Caixa Econômica Federal foram realizadas nos municípios de Pelotas, Três Passos, Santa Maria e Passo Fundo, nas regiões Centro, Sul, Norte e Noroeste. Os trabalhadores exigem a liberação de recursos do Programa Minha Casa Minha Vida para o meio rural. Segundo os Sem Terra, somente a demanda de habitação dos assentamentos do MST no RS é de 1.300 projetos para a construção de novas casas.

Na segunda, dia 28, em Pelotas, cerca de 400 pessoas do MST, movimento sindical, moradores das vilas Correntes, Posto Branco, Turusul e Capão do Leão e o movimento estudantil de Pelotas e região ocuparam o prédio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutirem o fim do pedágio no município com o término da concessão.

Região Centro-Oeste

Distrito Federal

No dia 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, cerca de 500 trabalhadores do MST do Distrito Federal e Entorno bloquearam trechos das rodovias BR 020 (Belém-Brasília), entre os municípios Planaltina (DF) e Formosa (GO), na altura do quilômetro 43, e a BR 070, sentido Águas Lindas de Goiás.

Região Nordeste

Pernambuco

Cerca de 1500 pessoas já realizaram 10 ocupações de terras e Engenhos falidos em todo o Estado de Pernambuco. Na manhã da terça, dia 29, mais de 60 famílias ocuparam a Fazenda Paus Preto, em Floresta. Na segunda, dia 28, em Vitória de Santo Antão, 220 famílias ocuparam o Engenho São Francisco, uma área da Usina Serra Grande. Também foi ocupado o Engenho Curupatí, da Usina Bulhões, em São Lourenço da Mata, o Engenho Moreno e uma antiga fábrica de roupas abandonada, em Moreno, o Engenho Cachoeira Cajóca, da Usina Nossa Senhora do Carmo, em Pombos, o Engenho Arranca e Almécega, na região Mata sul do estado, o Engenho Belo Horizonte, no município de Goiana e a Fazenda Papagaio, em Petrolândia. Na terça, dia 15, o MST também realizou uma grande marcha pelas ruas de Recife, para relembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás.

Alagoas

Duas agências da Caixa Econômica Federal foram ocupadas pelos Sem Terra na terça, dia 29, em defesa do fortalecimento da política de habitação rural: as de Atalaia e de Piranhas. O Movimento também se reuniu com o Governador Teotônio Vilela Filho, no Palácio República dos Palmares. No dia 14, cerca de 800 trabalhadores do MST bloquearam o acesso ao canteiro de obras do Canal do Sertão de Alagoas, no município de Inhapi. No mesmo dia, também foi ocupado o Departamento de Estradas e Rodagens (DER-AL) e as prefeituras de Olho D’Água do Casado, Pão de Açúcar e Flexeiras.

Em Maceió, foi erguido um acampamento com cerca de 1000 Sem Terra no começo das mobilizações em Alagoas, onde realizaram uma série de negociações com o poder público sobre as pautas dos Sem Terra no estado.

Paraíba

Os Sem Terra da Paraíba realizaram duas ocupações de terra na manhã da terça, dia 29. Cerca de 200 famílias ocuparam o perímetro irrigado das Vazias de Souza, no município de Souza. Trata-se de um projeto do governo do estado que estava para ser licitada. Outras 50 famílias ocuparam uma fazenda de 740 hectares na cidade de Olho D´Agua.
 
Sergipe

Cerca de 200 trabalhadores assentados da região se mobilizaram no município de Tobias Barreto, na segunda, dia 28, e cobraram dos bancos maior agilidade na liberação dos projetos de investimento. Segundo os Sem Terra, são centenas de projetos já elaborados pela assistência técnica, mas travados por causa da burocracia das instituições, principalmente do Banco do Nordeste.

No domingo, dia 27,cerca de 90 famílias do MST ocuparam a Fazenda São Raimundo, no Povoado Rio Fundo do Abais.

Ceará

Aproximadamente 200 famílias organizadas pelo MST junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Quixeramobim (CE) ocuparam, na terça, dia 22, a Fazenda Boa Vista. Já em Ibaretama, no sertão central cearense, o MST ocupou a Fazenda Bonito com 300 famílias, enquanto outras 100 famílias ocuparam a fazenda Viana, no município de Itarema.

Região Norte

Pará

Entre os dias 10 a 17 de abril, jovens do MST realizaram o Acampamento Pedagógico da Juventude Camponesa Oziel Alves Pereira em Eldorado dos Carajás. O evento incluiu uma série de atividades culturais, como filmes, oficinas de dança, agitação e propaganda, teatro e percussão. Todas as tardes, exatamente às 17h, horário do genocídio contra os trabalhadores rurais Sem Terra, era realizado um ato na BR 155, palco do massacre.