Depois de ser ocupado, durante 14 horas, por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o edifício-sede do Ministério da Fazenda amanheceu fechado hoje, dia 4.
Segundo informou o serviço de segurança do ministério, os servidores só poderão entrar no local de trabalho após a finalização de perícia, que já foi iniciada pela Polícia Federal, para verificar se houve danos nas instalações do prédio.
Integrantes do MST, após desocuparem o prédio, não saíram do local: continuam acampados no estacionamento em frente à entrada principal do Ministério da Fazenda.
Mobilização
Além do Distrito Federal, a mobilização do MST ocorre em 18 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Em 12 estados, também houve ocupação em sedes do Ministério da Fazenda.
O grupo também realizou outras mobilizações, como ocupação de terras, protestos em rodovias e ferrovias e marchas por algumas cidades.
O MST afirma que as manifestações visam “denunciar a paralisação da Reforma Agrária no país”, com protestos específicos contra o ajuste fiscal sendo realizado pelo governo, “que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária – de R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão”.
– O corte ameaça estagnar ainda mais o processo da Reforma Agrária, já que com menor orçamento fica ainda mais difícil do governo cumprir com o compromisso político assumido no início deste ano, de assentar 120 mil famílias acampadas no Brasil – diz o grupo, em nota.
Movimentações
Pela manhã, integrantes do MST ocuparam a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em São José, na grande Florianópolis, Santa Catarina. Segundo o movimento, 250 pessoas abriram os portões e aguardam audiência. Eles exigem a liberação de cestas básicas para acampamentos no estado e a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Outros manifestantes estão no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), onde terão audiência com o superintendente nesta terça.
No Rio Grande do Sul, integrantes do MST se reúnem com representantes do Incra e secretarias estaduais para tratar da pauta de créditos e Fomento Mulher, seguida pelas demandas de infraestrutura para os assentamentos.
Às 13h30 está prevista discussão com a Secretaria de Meio Ambiente e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), para tratar do licenciamento ambiental nos assentamentos, e às 14 horas acontece negociação com o Incra, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e autarquias estaduais para cobrar a obtenção de terras para criação de novos assentamentos.