REPERCUSSÃO

MST: 'Não há o que fazer', diz governador sobre invasão de fazenda

Nas redes sociais, Ronaldo Caiado afirmou que a invasão foi "autorizada" pelo Incra

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), usou as redes sociais para dizer que “não há o que fazer” sobre a invasão da fazenda São Lukas, em Hidrolândia, pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) July 25, 2023

Em uma série de mensagens, Caiado afirmou que a invasão foi “autorizada” pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

De acordo com o governador, o apoio dado pelo Incra e pelo governo do presidente Lula à ação do MST só contribui para “promover a desordem”.

Invasões como essa autorizada pelo Incra e o governo federal não resolvem o problema, não asseguram renda digna às famílias que lá estão. Servem muito mais para fomentar a desordem“, afirmou.

Apesar das críticas, Caiado reconheceu que não pode reverter a ocupação da área rural, pois não está sob jurisdição do estado.

No entanto, ele ressaltou que tanto as áreas públicas quanto as particulares em Goiás não serão alvo de invasões.

“Faço questão de informar que as áreas públicas e particulares no estado de Goiás não sofrerão invasão. Em Goiás, continuará prevalecendo a ordem e o princípio do direito à propriedade privada”, garantiu.

Ele afirmou ainda que, na primeira tentativa de invasão da mesma fazenda pelo MST, ocorrida em março deste ano, as forças de segurança agiram para desocupar o local, de forma pacífica e organizada.

Invasão do MST em Goiás

Na madrugada desta segunda-feira (25), 600 famílias ligadas ao MST lideraram a ocupação da Fazenda São Lukas, sob a justificativa de que a propriedade foi anteriormente pertencente a um grupo criminoso investigado pela Polícia Federal e condenado em 2009 por crimes relacionados à exploração sexual e tráfico internacional de pessoas.

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Foto: MST-GO/divulgação

O MST diz que a ação tem como objetivo chamar a atenção do governo federal para a situação da propriedade, que pertence à União desde 2016.

A reivindicação das famílias é que a fazenda seja destinada à criação de um novo assentamento.

“Acreditamos que a terra não pode ser usada para a exploração. Seja a humana – como os crimes sexuais, de trabalho análogo à escravidão e outros – ou aquelas explorações que destroem a terra por meio do uso de agrotóxicos, do monocultivo, do uso intensivo de água, da apropriação dos bens comuns da natureza”, diz o MST.

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