Segundo o economista Alexandre Mendonça de Barros, responsável pelo desenvolvimento do modelo, o preço vai ser definido a partir de um cálculo simples. O primeiro passo é definir qual é o valor da caixa de laranja a partir dos preços dos produtos e subprodutos no mercado interno e no externo. O segundo passo é deduzir os custos com a logística. O terceiro passo é tirar os custos de produção da fruta no campo. O que sobrar é dividido entre a indústria e os agricultores, de acordo com o volume de recursos que cada um investe.
Para o produtor rural Giuliu Mercuri, de Limeira (SP), a definição dos preços de referência é importante. Entretanto, ele diz que ainda é preciso aplicar na prática o cálculo apresentado.
– A fazenda usada nas contas não era real – explica.
O presidente executivo da CitrusBR, Christian Lohbauer, lamenta o impasse político criado pelas associações contrárias ao Consecitrus. Ele acredita que a saída para a crise do setor está na união de toda a cadeia produtiva.
O Consecitrus foi criado em abril deste ano após dois anos de muita polêmica. Assinado pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), ele ainda precisa de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para entrar em vigor. Vai funcionar como formador de preços e será uma central de decisões políticas do setor.