Agricultura

Comunidade em Alagoas ganha viveiro de aclimatação de mudas de palma forrageira

A palma forrageira é muito usada na alimentação de rebanhos por se adaptar bem a solos rasos, deficientes em água e matéria orgânica

Foi inaugurado no dia 16 de dezembro o primeiro viveiro polo de aclimatação de mudas de palma forrageira, na comunidade de Alto de Coelhos, no município de Água Branca (AL). O projeto, que prevê atender 660 agricultores de forma direta e outros 6.600 indiretamente, é uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC).

Foto: Vinícius José Ribeiro

O PDHC, desenvolvido pelo Ministério da Agricultura por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, e cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), busca reduzir os níveis de pobreza e de desigualdades no semiárido, qualificando os produtores para desenvolver uma produção sustentável, estimulando a replicação de boas práticas, e tem como eixo central a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).

A iniciativa prevê a multiplicação, em laboratório, de mudas de palmas forrageiras resistentes à cochonilha do carmim, uma praga que causa danos sérios à cultura. É esperado a produção de 5 milhões de mudas da espécie, com ênfase em variedades tolerantes à praga. No total, 205 municípios da região semiárida deverão receber mudas provenientes dos viveiros de aclimatação.

A palma forrageira possui características de adaptação a solos rasos, deficientes em água e matéria orgânica, e por isso é muito utilizada por agricultores do semiárido para alimentar seus rebanhos, principalmente durante estiagens.

“Com essa iniciativa, o projeto poderá contribuir para a manutenção dos rebanhos e a permanência dessas famílias em suas terras, contribuindo para a redução da pobreza rural, de modo a fortalecer produtores rurais através da ampliação de inovações tecnológicas”, explica o diretor do Departamento de Estruturação Produtiva da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, José Paulo de Almeida.

Almeida garante que o projeto vai implementar novos procedimentos de trabalho de apoio às comunidades rurais, buscando alternativas de produção e tecnologias adequadas às condições do semiárido, contribuindo na geração e aumento da renda familiar, permitindo uma melhor convivência com o semiárido de forma sustentável.

Outras atividades previstas com esta iniciativa são a distribuição de mudas em municípios de semiárido e a capacitação de pequenos produtores dessa região, sobretudo de caprinos, ovinos e bovinos, para aproveitamento eficiente da reserva de água existente, bem como a instalação de sistema de irrigação por gotejamento, necessários ao cultivo da espécie.

Colaboraram com o projeto, por meio da cessão de materiais para micropropagação e montagem de um banco de diversidade de espécies e cultivares de palma forrageira, a Embrapa Semiárido, a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Federal da Paraíba (Campus de Areia) e o Instituto Nacional do Semiárido (Campina Grande – PB).