Pesquisa sugere alternativas para reduzir custos de logística de orgânicos no Distrito Federal

Segundo agricultores, pelo menos 15% da produção não chega ao consumidor, em função da precariedade e preços do transporteOs altos custos de transporte e entrega, além da precariedade, provocam perdas de pelo menos 15% da produção de orgânicos no Brasil. O mesmo percentual é refletido no preço pago pelo consumidor final. A solução para esses problemas pode estar em uma pesquisa da Universidade de Brasília. O estudo aponta que uma possibilidade seria centralizar a entrega de produtos de várias propriedades com um caminhão. O processo seria organizado por meio de cooperativas, conforme explica o pesquisador Feruccio

– O maior custo inicial seria a aquisição dos caminhões. Posteriormente, a redução na logística desses transportes seria de mais de 90%. Se tivesse essa unificação, poderia ter uma grande redução de quantidade de funcionários, uma grande redução de custos com combustível. Consequentemente, não teria um funcionário específico que deveria estar trabalhando na propriedade fazendo esse serviço de transporte sem motivo – diz.

Outra ideia é fazer a entrega em feiras realizadas em locais próximos uns dos outros, evitando, assim, grandes deslocamentos. O engenheiro agrônomo Hermes Jannuzzi, que produz 50 variedades de orgânicos em sua propriedade, aprova a sugestão.

– É excelente. Porque você poderia atender os produtores por região. Aqui, por exemplo, na região de Brazlândia (DF), nós temos 10 produtores orgânicos. Todos fazem a mesma cooperação, levando para feiras no sábado. Isso podia ser feito de uma forma só – aponta.

A atividade, que cresce a cada ano, mobiliza cerca de 15 mil agricultores no país. Atualmente, veículos pequenos e, algumas vezes, sem refrigeração, comprometem a qualidade das cultivares, de acordo com o gerente de propriedade Manoel Santos de Souza.

– Não tem como levar tudo em um dia só. É preciso fazer duas viagens, porque o carro é pequeno. O período que a gente perde na cidade e que poderia estar trabalhando aqui é muito grande – explica.