Pesquisadores de Brasília transformam resíduos de bambu em carvão vegetal

Alternativa ao eucalipto está em fase de estudos, mas profissionais garantem vantagensUm grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB), em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro, estuda a possibilidade de transformar resíduos de bambu em carvão vegetal. A planta seria uma alternativa viável ao uso do eucalipto, que leva mais tempo para se desenvolver. Outra vantagem seria reduzir o desmatamento, já que pelo menos 55% da produção brasileira utiliza como matéria-prima madeira de mata nativa.

O bambu demora em média três anos para chegar à fase adulta e o eucalipto, seis. Com cem quilos da planta é possível produzir aproximadamente 30 quilos de carvão vegetal, conforme o químico Alessandro de Oliveira.

– As características do carvão de bambu e do carvão de eucalipto são muito similares. O rendimento é muito próximo, em torno de 30%. Na questão de poder calorífico são similares também, mais de sete mil calorias (quilocalorias por quilo de carvão produzido). Além disso, você deixa de derrubar mata nativa para poder aproveitar aquele insumo que está ali, disponível – explica.

O plantio ainda pode ser uma oportunidade de renda extra para pequenos agricultores. O produtor rural Antônio Prediger cultiva soja, feijão e milho no Distrito Federal e, por enquanto, o bambu ocupa um pequeno espaço na propriedade.

– Eu acho que é uma alternativa para quem tem terra, tem um lugar meio colado, que não serve para lavoura. Planta bambu e pode ganhar um dinheiro a mais. É um lucro por fora ainda – aponta.