Preço global de grãos deve continuar volátil no quarto trimestre, diz FAO

Segundo secretário da organização, produção é melhor neste ano, mas não o suficiente para reabastecer os estoquesOs preços mundiais dos grãos devem permanecer voláteis no quarto trimestre devido à desaceleração econômica e ao aperto geral da oferta, apesar da redução da demanda, disse, nessa quinta, dia 29, Abdolreza Abbassian, secretário do Grupo Intergovernamental para Grãos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

? Os fundamentos do mercado de grãos são fortes, mas não a economia global, e isso pode afetar os preços dos alimentos de um jeito ou de outro, resultando em mais volatilidade ? afirmou ele. A produção é melhor neste ano, mas não o suficiente para reabastecer os estoques, segundo o secretário.

A recente correção para baixo das cotações refletiu o enfraquecimento da demanda em meio à recessão econômica e não a oferta excedente de grãos, disse Abbassian. Os preços do trigo, do milho e da soja atingiram as mínimas em meses nesta semana. O secretário advertiu ainda que os agricultores não devem reduzir a área plantada, interpretando erroneamente o movimento como uma reação ao excesso de grãos.

Se o euro se recuperar em relação ao dólar e houver outra rodada de estímulos, os preços dos alimentos saltarão, ao mesmo tempo em que os estoques globais de cereais, exceto os de arroz, devem ser menores em relação ao ano passado. A oferta de milho ainda é apertada, mas um racionamento do consumo nos Estados Unidos está em andamento, observou ele. A demanda norte-americana para fabricar etanol na temporada 2011/2012 deve aumentar para 130 milhões de toneladas, mas não deve fugir do nível registrado em 2010/2011, de 127 milhões de toneladas, segundo Abbassian.

Do lado da oferta, a produção de grãos forrageiros em 2011/2012 inicialmente subiria 3,5%, mas o aumento pode ser de apenas cerca de 3%, disse o secretário. No caso do trigo, uma recuperação da safra da região do Mar Negro após a seca do ano passado pode ser compensada pela forte demanda da indústria de ração animal por causa dos preços comparativamente maiores do milho no mercado físico e, às vezes, até mesmo no de futuros, explicou Abbassian. Uma seca nos Estados Unidos e incertezas sobre o plantio de inverno pode também sustentar as cotações do trigo, completou ele.