– Na soja, temos a China cada vez consumindo mais. No milho, nós ainda não temos uma China. A gente precisa ter um mercado para esta safrinha (segunda safra ou de inverno) – afirmou Rubin, ponderando que a demanda por milho oscila muito em termos globais.
Segundo a Agroconsult, enquanto a produção de verão do Brasil deve diminuir 5% em 2014/2015, para 29,96 milhões de toneladas, a colheita de segunda safra deve crescer 3,7%, para 50 milhões de toneladas.
Ele salientou, ainda, a contribuição da exportação para os preços do milho no país no ano passado, o que acabou alterando as perspectivas para a safrinha 2014/2015.
– Os prêmios de milho para exportação em 2014 estiveram em níveis recordes no Brasil. Isso ajudou a sustentar os preços. 2014 foi um ano muito peculiar para o milho – destacou.
Para os Estados Unidos, maior produtor mundial, a expectativa é de área estável ou queda do plantio na safra 2015/2016, com a produção diminuindo de 361 milhões para 342 milhões de toneladas.
– Se isso acontecer, o mundo vai produzir 12 milhões de toneladas a menos do que precisa consumir. Isso é bom? Sim. Mas é suficiente para fazer os preços subirem? Não. O estoque de milho ainda é alto – afirmou o analista.
Segundo ele, entretanto, se houver problemas climáticos o impacto sobre o mercado de milho será maior do que no de soja.
– Talvez existam oportunidades para o milho no segundo semestre.
Colheita alcança 17% da área no Rio Grande do Sul
A colheita de milho no Rio Grande do Sul alcançou 17% da área, avançando 6 pontos porcentuais em sete dias, segundo a Emater. Outros 25% da área estão em maturação, próximos do ponto de colheita.
O ritmo de retirada da safra está dentro da média dos últimos cinco anos, mas é mais lento do que o registrado em 2013/2014, quando 23% da safra já estava colhida.
Conforme a Emater, os rendimentos superam a expectativa.
– São lavouras que foram plantadas mais cedo e estavam fora das fases de floração e enchimento de grão quando ocorreu a estiagem, no início de dezembro – disse a Emater-RS, em relatório semanal de acompanhando de safra.
A empresa informou também que as lavouras de soja se desenvolvem de forma satisfatória, mas o potencial produtivo dependerá do regime de chuvas nas próximas semanas, porque 15% da safra está na fase de enchimento de grãos e outros 45% estão em floração, estágios em que a cultura precisa de mais umidade.