Preço de semente nos EUA não deve cair apesar de renda menor

Monsanto e DuPont pretendem elevar os preços de suas novas variedades de sementes no ano que vemGrandes companhias de sementes não planejam reduzir seus preços na próxima temporada, apesar da queda das cotações de milho e soja, que deve afetar a renda de produtores norte-americanos. Monsanto e DuPont, por exemplo, pretendem elevar os preços de suas novas variedades de sementes no ano que vem, embora em alguns casos o aumento talvez seja menor que o de anos anteriores, disseram executivos das empresas. - Vamos analisar os preços atentamente, mas não vejo uma redução - disse Paul Schickler,

• Saiba como foi a visita de nossa equipe na Farm Progress Show
 
Safras volumosas de milho e soja em 2013 e 2014 nos Estados Unidos estão elevando os estoques domésticos e pressionando as cotações. Os dois grãos acumulam desvalorização de aproximadamente 15% neste ano na Bolsa de Chicago (CBOT), e estão próximos do menor nível em quase quatro anos.
 
De acordo com estimativa do Departamento de Agricultura do país (USDA), a renda agropecuária nos EUA deve cair 13,8% neste ano e atingir o menor patamar desde 2010, refletindo os preços mais baixos de grãos. De acordo com o governo, a renda líquida do setor deve cair para US$ 113,2 bilhões neste ano, de US$ 131,3 bilhões em 2013, o maior patamar desde 1973, em valores atualizados pela inflação. O USDA previu também um aumento de 4% nos custos de produção.
 
A queda dos preços internacionais também pode resultar em diminuição da área plantada com milho na América do Sul, segundo o analista Don Carson, da Susquehanna International Group. Ele disse ainda que agricultores em regiões dos EUA menos suscetíveis a pragas devem cortar gastos com sementes geneticamente modificadas.
 
Já Robert Fraley, diretor de tecnologia da Monsanto, diz que produtores podem economizar em fertilizantes e equipamento, mas não devem cortar gastos com sementes transgênicas.

– A última coisa que eles farão é deixar de comprar boas sementes. A pior combinação possível é a de preços baixos com baixa produtividade – disse Fraley.
 
Segundo Fraley, a Monsanto eleva os preços de suas sementes em uma faixa de 5% a 10% de um ano para o outro. A companhia costuma cobrar um prêmio pelas variedades mais novas, e os preços de produtos existentes não costumam sofrer grandes alterações. Já as variedades mais antigas são vendidas com desconto, disse. “O que muda é o tamanho do desconto” das variedades mais antigas.
 
A DuPont, que vende cerca de 300 variedades de sementes de milho na América do Norte, também não pretende reduzir preços.

– Sementes não são uma commodity – disse Schickler.

Segundo ele, a situação financeira do setor agrícola nos EUA ainda é boa. Preços de terras não tiveram queda acentuada, as taxas de juro continuam em mínimas históricas e a dívida de agricultores costuma ser pequena.

– A situação é bem diferente da de outros ciclos – disse.

Agência Estado