MERCADO

Preços da saca de arroz disparam no Brasil

O mercado interno de arroz está aquecido. Os preços estão nos maiores patamares desde dezembro de 2020.

Isso ocorre devido a uma oferta limitada por parte dos vendedores e uma demanda sólida, fatores cruciais que sustentam as cotações, especialmente quando os estoques estão ficando mais escassos.

Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, destaca que essa situação está beneficiando os produtores, que estão vendo uma recuperação nas margens de lucro devido a custos de produção mais baixos.

No mercado doméstico, apesar do aumento das atividades de produção e beneficiamento de arroz no Rio Grande do Sul entre maio e julho, os preços para os consumidores têm tido impactos sutis.

Isso ocorre porque os varejistas já operavam com margens mais amplas, o que lhes permitiu absorver pressões de aumento de preços.

Cotações

A média do preço da saca de arroz no Rio Grande do Sul, com grãos inteiros entre 58% e 62% e pagamento à vista, encerrou em R$ 96,13 no dia 24 de agosto. Isso representa um aumento de 3,90% em relação à semana anterior, crescimento de 12,40% em comparação ao mês passado e expansão de 25,75% em relação ao mesmo período de 2022.

Essa melhoria ocorre antes do início do plantio da safra 2023/24, entre setembro e dezembro. Isso deve incentivar a recuperação de áreas perdidas, especialmente durante a safra 2022/23, quando apenas o estado do Rio Grande do Sul teve uma queda de cerca de 9% na área cultivada.

Apesar da previsão de um fenômeno El Niño, que geralmente traz mais chuvas para o Rio Grande do Sul, o excesso de umidade pode desestimular o plantio de soja em áreas mais baixas.

No entanto, com preços atrativos e redução dos custos de produção, há um panorama positivo para a recuperação da área destinada ao cultivo de arroz.

Oliveira alerta para a falta de chuvas, prejudicando as barragens de irrigação, especialmente na região da Fronteira Oeste gaúcha.