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Preços da próxima safra e carência de fertilizantes serão abordados no Agrocenário 2022

Evento tem como objetivo munir o produtor de informações de qualidade em um momento crucial para a história do setor

A safra 2022/2023 sinaliza diversos desafios ao produtor brasileiro. Prova disso é a estimativa feita pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), apontando a probabilidade de a próxima temporada ser a mais cara do século até então. Diante dessa conjuntura, é imprescindível que o agricultor consiga incrementar a sua rentabilidade e ajudar o país a continuar tendo protagonismo internacional. Assim, para prepará-lo frente às adversidades que estão por vir, a Aprosoja Brasil e a Corteva realizam a quarta edição do “Agrocenário 2022 – Competitividade do Agronegócio Brasileiro”, no dia 15 de dezembro, às 9h (horário de Brasília).

Agrocenário 2022

O analista de Fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Sousa, participará do primeiro painel do evento e abordará as adversidades enfrentadas pelo setor de fertilizantes e agroquímicos. “Houve uma forte queda de produção desses insumos em 2021 causada pela crise energética na China, limitando as exportações e aumentando os preços, principalmente do glifosato, um herbicida muito utilizado no Brasil e no mundo”, comenta.

Segundo ele, o próximo ano já começará com um grande desafio envolvendo a disponibilidade de cloreto de potássio na agricultura. “Os Estados Unidos colocaram uma série de sanções na Bielorrúsia, que é o país responsável por fornecer quase 20% do produto utilizado no mundo. Isso significa que 2022 vai ter um problema grande em relação a preço e fornecimento de matéria-prima”, constata.

A relação de troca para o fertilizante será outro ponto abordado por Sousa. “Essa questão acaba sendo um termômetro para o produtor antecipar ou não as suas compras. Neste momento essa relação está muito elevada, infelizmente, não sendo nada convidativa para compra. Estamos falando de uma relação acima do histórico, o que, logicamente, pode implicar em alguns pontos para a safra 22/23, causando, assim, uma estagnação da área plantada ou até mesmo uma redução, além de menores investimentos em adubação”, sintetiza o especialista.

Abertura de novas fronteiras

O diretor da Pátria Agronegócios e palestrante do segundo painel do Agrocenário 2022, Matheus Pereira, acredita que a ocasião é importante para iniciar um debate em que a frente política que defende o agro nacional possa se fortalecer. “Daremos as direções para onde podem ser focados os esforços políticos e, assim, termos ainda mais competitividade e agressividade na comercialização, bem como para mantermos os laços comerciais que já possuímos”, adianta.

Pereira se considera um “consultor de pé no chão e de botina suja”. Com isso, afirma que sua busca é por trazer informações de qualidade que estejam em linha com o que o produtor aplica no campo. “Já fui produtor, nascido e criado na roça. Sei a maneira de tratar com o público direto e é dessa forma que procederei no evento.”

Desta forma, o diretor antecipa que também pretende discutir maneiras de o país desatar nós com nações que ainda não têm a licença necessária para adquirir a principal commodity do agro brasileiro: a soja. “Nossa oleaginosa já é vista internacionalmente como um grão de qualidade, sustentabilidade e oferta robusta. Precisamos apenas transpor essas barreiras territoriais e nos mantermos à frente de nossos principais concorrentes por demanda, que são os Estados Unidos e a Argentina”, conclui.

Setor dinâmico

O diretor de Supply Chain Crop Protection da Corteva, Gustavo Haddad, estará presente nesta quarta edição do Agrocenário. Segundo ele, o período em que o evento acontece não poderia ser melhor. “Vemos muitos avanços sob a ótica da competitividade interna, como a melhoria dos investimentos em infraestrutura, novas fontes e formas de financiamento do setor e novas tecnologias trazendo ganhos de produtividade”, ressalta.

Todavia, de acordo com ele, o país possui limitações logísticas internacionais e mudanças geopolíticas que afetam os interesses de comércio, além de uma agenda de sustentabilidade em ascensão. “Mas é inegável que o agro ainda é o setor mais dinâmico da economia (inclusive em geração de empregos) e que o seu crescimento se manterá firme nos próximos anos. O que temos no pós-pandemia é o ‘estado da arte’ do futuro do agronegócio. Um ambiente complexo, competitivo e muito promissor”, conclui Haddad.

Não deixe de acompanhar o Agrocenário 2022, que será transmitido por todas as plataformas do Canal Rural (TV, YouTube e Facebook). Clique aqui e inscreva-se para receber a notificação no horário do evento.