Presidente de moinho considera oportuna volta da tarifa de importação do trigo

Para Lawrence Pih, os 10% sobre o produto trazido de fora do Mercosul não faziam mais sentidoO diretor-presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, considerou oportuna a decisão do governo de voltar a aplicar a Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% sobre o trigo importado de países que não integram o Mercosul. A decisão foi confirmada na quinta, dia 28, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Na opinião de Lawrence Pih, não havia mais sentido manter a medida. Um dos motivos é o fato de que o setor não importou toda a cota que o governo isentou da tarifa. Além disso, o plantio de trigo no país recebeu incentivos governamentais ? a colheita da próxima safra deverá passar de 5 milhões de toneladas ? que devem ser mantidos.

? O governo tem de incentivar o produtor de trigo ? disse Pih ao Mercado e Companhia nesta sexta, dia 29.

Pih descartou algum tipo de pressão sobre os preços do trigo no mercado interno, com conseqüente queda dos valores dos subprodutos, como pães e massas.

? Não faz muita diferença porque o trigo é um produto negociado no mundo inteiro e, naturalmente, os moinhos procuram trigo de qualidade e de preço também.

O diretor-presidente do Moinho Pacífico garantiu, porém, que a indústria moageira cumpriu o acordo feito pelo setor de trigo com o Ministério da Fazenda e repassou o total da desoneração tributária para o preço final da farinha.

? Desde o dia 28 de maio, a farinha caiu 35%. Se as outras cadeias reduziram os preços na ponta, nós não temos controle. Só posso garantir que o setor moageiro do país cumpriu rigorosamente o acordo com o governo. Prometemos reduzir preços e fizemos isso.

Lawrence Pih manifestou apoio à política de preços mínimos para o trigo. O valor está em R$ 480 por tonelada. Ele ressaltou que houve um aumento no valor porque o governo considerou a alta nos custos de produção. O executivo acrescentou que o patamar atual estimula o produtor, o que fica claro com o aumento da safra brasileira.