O setor sucroalcooleiro é um exemplo de retração, já que passou por uma mudança de planejamento no fim do ano passado.
Diferente dos outros anos, em que os produtores de cana-de-açúcar fechavam os pedidos e se preparavam para o início da safra no final do ano anterior, este ano foi necessário tomar as decisões um pouco mais tarde. A justificativa é o contexto de insegurança vivido pelo setor.
Outra razão para a queda está na dificuldade de obter financiamento pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que representa pelo menos 80% das vendas de grande parte das empresas. O setor reclama da morosidade de liberação do crédito, que antes saía em 45 dias e agora está demorando quatro meses.
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Paulo Beraldi, diretor comercial de uma das empresas com stand na Agrishow, conta que cerca de 90% das vendas são feitas através do Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) e que, neste momento, as dificuldades em relação ao processo burocrático fizeram as vendas caírem em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
– Nosso mercado caiu 21% em tratores, para cana caiu um pouquinho mais, caiu 25% – relata Beraldi.
Com dificuldades para liberação do crédito e queda de rentabilidade, o caminho das empresas está sendo apostar em equipamentos que reduzam os custos do produtor e das usinas.
– O único meio das usinas conseguirem recuperar a rentabilidade é através de redução de custo nas operações – diz o gerente de marketing, Roberto Biasotto.