Está difícil garantir os custos da produção de limão tahiti. No mês de janeiro, o preço da fruta custou, em média, R$ 8,26 a caixa de 27 quilos. Em novembro passado, alguns produtores chegaram a receber R$ 20 pela caixa. De acordo com o Cepea, a oferta do produto é grande neste período, já que é época de safra.
Em uma propriedade de Mogi das Cruzes (SP), o agricultor Marcos Rossetto espera para saber quando a indústria vai começar a processar o limão, só assim a colheita poderá ser iniciada. O problema é que, enquanto isso não acontece, as frutas que já estão maduras começam a cair dos pés.
– Tem anos que a indústria adianta o processamento. Esse ano ela vem atrasando. Entendo a oferta, faz pressionar ainda mais o preço. Nesta safra, se for comparar, está meio que inviabilizando, porque os custos estão se igualando com o faturamento – diz Rosseto.
O produtor vende uma caixa R$ 6, o mesmo valor gasto para produzir. De acordo com ele, o que mais pesa é a mão de obra, que representa 50% dos custos.
– A mão de obra, de dez anos para cá, vem tendo um acréscimo exorbitante – diz.
Segundo a analista de citrus do Cepea Fernanda Geraldini, a previsão é de que a oferta da fruta seja ainda maior no mês que vem.
– No mês que vem vai iniciar o pico da safra do thaiti, então os preços tendem a estar pressionados para o mês de fevereiro – fala.
Ainda não há previsão sobre a data em que as indústrias devem começar a moagem do limão. Segundo Fernanda, atambém há indefinição quanto ao valor e ao volume que será processado.
-A gente não sabe ainda quanto a indústria vai oferecer, nem mesmo o volume que vão processar, nem se o produtor vai conseguir escoar o produto. Se não conseguir, a única opção será o mercado de mesa.