Produtores de limão thaiti estão insatisfeitos com preços pagos pela indústria

Segundo eles, valor pago não cobre nem os gastos de produçãoDados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que houve uma queda de 24% no preço do limão thaiti nesta semana em relação à semana anterior. Os fruticultores estão insatisfeitos com o que a indústria está pagando, porque, segundo eles, o valor não cobre nem os gastos de produção.

Está difícil garantir os custos da produção de limão tahiti. No mês de janeiro, o preço da fruta custou, em média, R$ 8,26 a caixa de 27 quilos. Em novembro passado, alguns produtores chegaram a receber R$ 20 pela caixa. De acordo com o Cepea, a oferta do produto é grande neste período, já que é época de safra.

Em uma propriedade de Mogi das Cruzes (SP), o agricultor Marcos Rossetto espera para saber quando a indústria vai começar a processar o limão, só assim a colheita poderá ser iniciada. O problema é que, enquanto isso não acontece, as frutas que já estão maduras começam a cair dos pés.

– Tem anos que a indústria adianta o processamento. Esse ano ela vem atrasando. Entendo a oferta, faz pressionar ainda mais o preço. Nesta safra, se for comparar, está meio que inviabilizando, porque os custos estão se igualando com o faturamento – diz Rosseto.

O produtor vende uma caixa R$ 6, o mesmo valor gasto para produzir. De acordo com ele, o que mais pesa é a mão de obra, que representa 50% dos custos.

– A mão de obra, de dez anos para cá, vem tendo um acréscimo exorbitante – diz.

Segundo a analista de citrus do Cepea Fernanda Geraldini, a previsão é de que a oferta da fruta seja ainda maior no mês que vem.

– No mês que vem vai iniciar o pico da safra do thaiti, então os preços tendem a estar pressionados para o mês de fevereiro – fala.

Ainda não há previsão sobre a data em que as indústrias devem começar a moagem do limão. Segundo Fernanda, atambém há indefinição quanto ao valor e ao volume que será processado.

-A gente não sabe ainda quanto a indústria vai oferecer, nem mesmo o volume que vão processar, nem se o produtor vai conseguir escoar o produto. Se não conseguir, a única opção será o mercado de mesa.