– Na última safra que a gente fez, em 2010/2011, a caixa com 2,5kg custava pra nós na roça R$ 3,80, com embalagem e tudo. No mercado, a gente conseguia R$ 3. Não conseguíamos nem cobrir o custo da mercadoria – diz Mazzi.
O produtor chegou a plantar mais de 500 mil pés de morango, o que equivale a 12 hectares, mas agora a fruta deu lugar à uva e ao tomate. Muitos produtores na região fizeram o mesmo. A prefeitura do município de Jundiaí estima que cerca de 75% dos produtores desistiram da atividade ou migraram para outras regiões, a exemplo do sul de Minas Gerais, que fica a menos de 150 km.
Conforme o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo Rural de Jundiaí, Felipe Oliveira Magro, a região de sul de Minas Gerais oferece melhores condições naturais, além de ter mais mão de obra disponível e tecnologia.
Maurício Preterotto é um dos poucos produtores que permaneceram na cultura. Ele começou há 13 anos e cultiva o morango usando um sistema slab, que consiste em uma bolsa recheada com palha de arroz e húmus de minhocas. Foi a forma que ele encontrou para otimizar o pouco espaço que tem na propriedade e aumentar o valor do produto. O investimento foi alto, mas deu retorno.
– É um fruto limpo, não tem contato com o chão – conta Preterotto, acrescentando que consegue vender uma caixa com 2,5 quilos por até R$ 16, enquanto que o convencional chega, no máximo, a R$ 7.