Projeto piloto testa fabricação de etanol de milho em MT

Segundo os produtores, esta pode ser a saída para garantir um preço melhor para o grãoProduzir etanol a partir do milho é o novo projeto é dos produtores de Mato Grosso. A iniciativa é da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja). Uma usina deve começar na semana que vem a fabricar etanol de milho, em caráter experimental, na cidade de Campos de Júlio, a quase 600 quilômetros de Cuiabá. Segundo os produtores, esta pode ser a saída para garantir um preço melhor para o grão.

Um levantamento divulgado esta semana pelo Instituto de Economia Aplicada do Estado (Imea) confirma que o custo de produção do milho é maior do que o preço que o produtor recebe. Os grandes centros consumidores do grão ficam distantes e o frete torna inviável comercializar a produção.

Pensando nisso, o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, vem tentando há algum tempo descobrir uma forma de aproveitar este milho para produzir etanol, assim como fazem os norte americanos. Antes o valor do investimento era alto, mas agora, segundo ele, foi desenvolvido um equipamento mais barato, capaz de transformar o sonho em realidade.

A Aprosoja garante que a máquina custa R$ 400 mil e seria capaz de processar sete mil quilos de milho por dia. A ideia é instalar o equipamento em usinas de biodiesel. O projeto piloto começa nos próximos dias na cidade de Campos de Júlio. Se der certo, a intenção é ter 40 usinas em funcionamento no Estado. Juntas, elas poderiam absorver 20% da produção de milho em Mato Grosso, o equivalente a cerca de dois milhões de toneladas.

Se não fossem os programas de incentivo do governo, atualmente o milho de Mato Grosso seria vendido a R$ 6 a saca. Com os leiloes de Pep e Pepro, o produtor consegue vender a R$ 11. Segundo a Aprosoja, teria um preço ainda maior se vendesse para a usina. Em Mato Grosso, o etanol é menos competitivo do que a gasolina. Esta seria uma outra vantagem, além do uso dos resíduos para ração.

O projeto também conta com apoio da Embrapa e de universidades. A previsão é concluir em três meses uma análise sobre o custo de adaptação das usinas de biodiesel. A Aprosoja também estuda o processo de registro dos produtores e distribuidores de etanol de milho junto à Agência Nacional do Petróleo.