Projeto Porto 24h não altera congestionamento na região do Porto de Santos

Mesmo funcionando em tempo integral, o maior porto da América Latina conta com filas intermináveis nas rodoviasO projeto Porto 24 horas já está em vigor nos terminais brasileiros. O governo federal estabeleceu o funcionamento, em período integral, dos serviços públicos em terminais portuários, com  o objetivo de melhorar o desempenho das operações e reduzir os custos. O projeto foi implantado em caráter experimental em Santos, Rio de Janeiro e Vitória. A partir do dia 3 de maio, portos de Paranaguá, Suape, Rio Grande, Itajaí e Fortaleza passam a operar da mesma forma.

Segundo a assessoria de imprensa do Porto de Santos, o local funciona em tempo integral desde 1998, e a implementação do projeto do governo não alterou a rotina dos trabalhos no local. Mesmo operando desta forma, o maior porto da América Latina conta com filas intermináveis nas rodovias, que acabam prejudicando o trabalho nos terminais. O especialista em portos Sério Aquino afirma que é necessário mudar a logística dos portos e, principalmente, pedir a colaboração das empresas para obter novos resultados.

– O problema é falta de planejamento, de estocagem, de matriz de transporte adequado. Precisamos adotar medidas localizadas. Em primeiro lugar, adotar agendamentos eletrônicos. Um caminhão não pode sair de Mato Grosso paro o Porto de Santos se não tiver garantia de que vai entrar em tal dia e hora – pontua.

O escoamento da supersafra de grãos do país causa problemas de congestionamento no terminal. Filas de caminhões ocupam grande parte das vias. A situação também é crítica nas rodovias que levam ao porto. Para as empresas, o país não possui uma infraestrutura adequada para o transporte dos grãos, o que acaba encarecendo o produto.

– Quando nós compramos a safra no ano passado, como a maioria, a gente calculou que o transporte teria um preço. E o preço do transporte subiu muito. Isso impacta o resultado de todos os agentes que compraram soja por antecipação – destaca o vice-presidente da Caramuru Alimentos, César Borges.

A criação de uma ferrovia ou a construção de rodovias mais amplas são discutidas pelo governo federal, mas existem outras alternativas. É o que defende o diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores (Anec), Sérgio Mendes.

– Você tem ferrovias e agora, no PAC, uma série de investimentos, só que enquanto você tiver só ferrovias e rodovias, o preço continua onde está. Para derrubar o preço do transporte de grãos, você tem que ter hidrovias navegáveis e para os caminhos certos, descongestionando o Sul.

Uma comissão organizada pelo governo federal foi formada para avaliar a situação dos portos no país. Em Santos, a Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (Conaportos) fez uma reunião para ouvir especialistas. O encontro oferece a oportunidade de discutir questões importantes para o desenvolvimento das operações portuárias, buscando soluções locais.

– Não se chegou a uma conclusão. É um assunto muito delicado e envolve muitas atividades. Não existem usuários 24 horas. Você não tem um porto funcionando em sua plenitude e os terminais estão à disposição – sublinhou o diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco.

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