Segundo o projeto, em 2015 e em 2016 imóveis que já não tiverem recebido todo o reajuste no ano anterior poderão ter, em cada ano, aumentos de 10% para residências e de 15% para comércios. O projeto, antes de ser sancionado, já preocupa quem trabalha com produtos relacionados ao agronegócio.
A agrorevenda do proprietário Márcio Alexandre fica no centro da capital paulista. A loja funciona desde 1927 e é especializada em sementes, plantas, defensivos e inseticidas. Hoje, o local possui quatro funcionários. Márcio afirma que se o aumento do IPTU for sancionado, ele vai ter que alterar preço dos produtos.
– A nossa empresa é muito enxuta. Então, demissões não vão ocorrer no estabelecimento. Porém, se o prefeito sancionar isso, não tem solução, vai ser repassado ao consumidor – salienta o vendedor.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), é contrária a decisão dos vereadores. Para o assessor econômico da entidade, Jaime Vasconcellos, o aumento é abusivo.
– A gente tenta defender o comércio e o cidadão paulistano. Ele não pode ser onerado por tamanha taxação proposta pela prefeitura e aprovada pela Câmara – destaca.
Uma reunião foi convocada pela Fecomércio com entidades do setor. Um ofício vai ser encaminhado ao prefeito de São Paulo, pedindo que o projeto aprovado não seja sancionado. Nela, a Fecomércio afirma que o imposto vai prejudicar a cidade.
– Se for entendido que a melhor opção é recorrer ao Judiciário, a assessoria jurídica da Fecomércio SP está bastante alinhada a isso. O cenário é bastante previsto. Haverá diluição deste percentual para os preços e, aqueles comerciantes que não conseguirem diluir para os seus preços, há possibilidade de fechamento de empresas e consequentemente, aumento do desemprego – conclui.