SUL DO BRASIL

Chuvas atrapalham a colheita, mas há desenvolvimento da soja; saiba mais

Embora tenham desacelerado os trabalhos com a soja, as chuvas no RS beneficiaram as lavouras mais afetadas pela estiagem

Imagem de Gianluca por Pixabay
Imagem de Gianluca por Pixabay

As chuvas que ocorreram na última semana no Rio Grande do Sul, embora tenham reduzido o ritmo da colheita da soja, proporcionaram um importante alívio para as lavouras, especialmente as de ciclo tardio.

Segundo a Emater, na Metade Oeste do Estado, as precipitações mais intensas ajudaram a recompor a umidade dos solos, elevando-a a níveis adequados para o desenvolvimento das plantas, o que contribuiu para mitigar o déficit hídrico que afetou a produtividade nas últimas semanas.

  • Fique por dentro das novidades e notícias recentes sobre a soja! Participe da nossa comunidade através do link! 🌱

O outro ‘lado da moeda’

Entretanto, essa umidade excessiva também trouxe desafios: o solo e a massa vegetal ficaram saturados, o que levou à suspensão temporária da colheita até que as condições operacionais fossem novamente favoráveis.

A área já colhida no Estado avançou de 39% para 50%, refletindo um aumento no contraste de produtividade entre as diferentes regiões e lavouras, com destaque para as variações causadas pela estiagem. Os rendimentos variam significativamente, desde 180 kg/ha no Extremo Oeste até impressionantes 6.000 kg/ha no Nordeste do Estado.

De acordo com informações fornecidas pela consultoria Safras & Mercado, a produtividade média estadual foi estimada em 2.240 kg/ha, embora a possibilidade de uma nova queda seja considerada, devido ao impacto da escassez hídrica registrada durante o mês de março, que afetou os cultivos em todos os ciclos da cultura.

A soja em regiões críticas

Nas regiões mais críticas, a combinação do estresse hídrico nas fases reprodutivas (R3 a R5) com a umidade elevada das chuvas recentes resultou em uma maturação heterogênea da soja. Os grãos colhidos nessas áreas apresentaram alta taxa de umidade, impurezas e, em muitos casos, estavam verdes, ardidos e chochos. Esse cenário gerou descontos comerciais. Para minimizar as perdas qualitativas, observou-se uma intensificação no uso de dessecantes químicos, visando uniformizar a maturação das lavouras.

Além disso, as instituições financeiras continuam registrando perdas nas lavouras, e os laudos técnicos para comprovação das condições das plantas estão sendo emitidos por peritos habilitados.

Atualmente, 39% das lavouras ainda estão em maturação (R7), e 10% em enchimento de grãos (R5). As chuvas recentes podem ser benéficas para a preservação do potencial produtivo, especialmente nas lavouras mais tardias e com maior potencial de rendimento.

Nestas áreas, o manejo fitossanitário continua sendo realizado de forma rigorosa, com aplicação de fungicidas para o controle de doenças de final de ciclo (DFCs) e da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), com o objetivo de preservar a sanidade das plantas até a colheita final.

Comercialização

Em relação à comercialização, o preço da soja registrou uma queda de 2,04% na última semana, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar. O valor médio da saca de 60 quilos passou de R$ 127,38 para R$ 124,78.

As oscilações nos preços e a incerteza sobre as condições de colheita continuam a impactar as decisões dos produtores, que seguem monitorando as condições climáticas e fitossanitárias das lavouras.