MARCO TEMPORAL

Decisão do STF relativiza propriedade rural, diz Aprosoja Brasil

Em nota divulgada nesta segunda, entidade endossa crítica feita pela Frente Parlamentar da Agropecuária sobre julgamento da Suprema Corte

Fazenda localizada no município de Gaúcha do Norte com a produção de bezerros Aprosoja
Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e suas associadas estaduais divulgaram nota, nesta segunda-feira (2), endossando o posicionamento externado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) em defesa do direito de propriedade garantido no artigo 5º da Constituição Federal.

Na última semana os deputados e senadores da FPA criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da decisão de inconstitucionalidade do marco temporal.

Na visão do grupo, a deliberação da Corte altera o entendimento sobre o dispositivo constitucional que estabelece o marco temporal para demarcações de terras indígenas.

“A decisão do Supremo mais uma vez viola a harmonia entre os Poderes na medida em que interfere na tramitação do Projeto de Lei 2.903/2023 no Congresso Nacional e contamina o debate sobre o marco temporal, que foi instituído na Constituição de 1988”, diz a nota da Aprosoja Brasil.

Insegurança jurídica

A Aprosoja Brasil entende que a atuação dos ministros da Suprema Corte relativiza o conceito de propriedade privada.

“Coloca insegurança jurídica para milhões de brasileiros de boa-fé, sejam eles proprietários de terras ou trabalhadores que dependem dos empregos e investimentos gerados pela produção agropecuária”, continua a nota da entidade.

Para finalizar, a Aprosoja escreve que, neste sentido, cabe ao STF, enquanto guardião da Carta Constitucional, zelar pela garantia de uso das áreas produtivas pelos seus proprietários, na qual seu uso é condicionado ao bem-estar coletivo para a produção de alimentos em quantidade e qualidade para a população brasileira.