Soja Brasil

Soja: preços despencam em Chicago e travam vendas no Brasil

Alta do dólar observada nesta sexta não foi suficiente para garantir bons preços para a soja no mercado físico, segundo a Safras

A forte queda dos contratos futuros em Chicago pressionou os preços da soja no mercado físico brasileiro nesta sexta, apesar da alta do dólar. Mas praticamente não houve negócios e os novos patamares são nominais.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 208 para R$ 205. Na região das Missões, a cotação baixou de R$ 207 para R$ 204. No Porto de Rio Grande, o preço caiu de R$ 209 para R$ 206.

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Foto: CNA/divulgação

Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 195,50 para R$ 191 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca baixou de R$ 201 para R$ 196.

Em Rondonópolis (MT), a saca recuou de R$ 186,00 para R$ 182,00. Em Dourados (MS), a cotação retrocedeu de R$ 190 para R$ 188. Em Rio Verde (GO), a saca baixou de R$ 181 para R$ 179.

Soja em Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com preços em queda acentuada. Após uma semana tensa, quando os contratos atingiram os melhores níveis em mais de nove anos em decorrência das preocupações com o abastecimento global após a invasão russa à Ucrânia, o mercado fechou a semana realizando lucros.

A sexta marcou uma mudança de fluxo no capital de fundos e especuladores, que saíram das commodities e foram para as ações. Houve uma liquidação forte, que atingiu também produtos vizinhos da soja, como o milho e, principalmente, o trigo. O petróleo também teve um dia de baixa, após bater ontem na casa de US$ 100 por barril.

No caso da soja, a previsão de chuvas na América do Sul ajudou no movimento de correção. Os agentes também avaliaram os bons dados de demanda, que não contiveram a queda.

As exportações semanais americanas somaram 2,1 milhão de toneladas, superando a previsão do mercado. Além disso, os exportadores privados anunciaram a venda de 285 mil toneladas para destinos não revelados e de 334 mil toneladas para a China.

Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com baixa de 69,50 centavos de dólar por bushel ou 4,2% a US$ 15,84 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 15,73 por bushel, com perda de 53,50 centavos ou 3,87%. Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com baixa de US$ 12,90 ou 2,83% a US$ 442,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 68,93 centavos de dólar, com baixa de 3,04 centavo ou 4,22%.

Câmbio

O dólar comercial fechou em alta de 0,99%, cotado a R$ 5,1550. A moeda norte-americana foi pressionada durante todo o dia pela forte aversão global ao risco devido ao confronto na Ucrânia, revertendo as perdas da semana.