
Nos primeiros dias de novembro, um forte temporal atingiu o Paraná, provocando destruição em lavouras de soja, estradas e áreas urbanas. Neste final de semana, o granizo atingiu várias regiões do estado e, diferente das tempestades pontuais típicas da estação, a condição gerou preocupação sobre os impactos na safra de soja e na próxima produção de milho.
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O Soja Brasil conversou com o presidente da Aprosoja Paraná, Eduardo Cassiano, o temporal ocorreu na tarde de sábado, atingindo desde a região sudeste até o norte do estado. Ventos de até 100 km/h, chuvas intensas e granizo provocaram perdas em lavouras, derrubaram postes, telhados de mercados e residências, e deixaram cidades temporariamente sem água e energia elétrica.
“As lavouras de soja já vinham atrasadas no desenvolvimento devido ao clima instável do ano, e o temporal dizimou parte significativa das áreas atingidas. Os produtores terão que arcar com custos adicionais de replantio, o que certamente afetará a lucratividade e a produtividade”, destacou Cassiano.
O impacto também deve se estender ao milho safrinha. Com a janela de plantio já avançada, o atraso causado pelos danos na soja compromete a semeadura do milho, aumentando o risco de perdas em caso de geadas futuras.
Municípios afetados
O levantamento detalhado da extensão da área afetada ainda está em andamento. Segundo Cassiano, cidades desde Foz do Iguaçu até Londrina foram atingidas, passando por Cascavel, Campo Mourão e Maringá. Cooperativas locais já iniciaram o levantamento de prejuízos e estimam que a área atingida seja expressiva.
As imagens do antes e depois do temporal mostram a magnitude do evento, reforçando a gravidade das perdas. Produtores que já enfrentavam aumento de custos de 8 a 10% em relação à safra anterior agora encaram despesas extras com replantio e recuperação das lavouras.
Produtores sem expectativa para replantio
Segundo o presidente, muitos produtores avaliam não replantar as áreas perdidas. “Alguns estão dizendo que não vão replantar porque não estão encontrando semente, e como vão perder a janela do milho, vão deixar do jeito que está. Se não der nada, vão arriscar o milho depois. Então, certamente teremos uma quebra na safra de soja do Paraná”, afirmou.
As áreas mais afetadas se concentram entre o oeste e o norte do estado, atingindo cidades como Cascavel, Campo Mourão, Ubiratã, Campina da Lagoa, Maringá e até trechos próximos a Londrina. Segundo Cassiano, cooperativas e produtores ainda fazem o levantamento dos danos para dimensionar o tamanho da área comprometida, o que deve levar pelo menos uma semana.