CENÁRIO

Prêmios em alta: é hora de comercializar a soja?

Alta nos prêmios de exportação de soja está prevista, no entanto, consultores alertam para uma possível perda de força nos próximos meses

colheita
Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini

Os prêmios de exportação da soja nos portos brasileiros seguem em alta, impulsionados pela demanda aquecida no mercado interno e externo, mesmo com a expectativa de safra recorde. A guerra comercial entre Estados Unidos e China favorece a soja brasileira como alternativa à americana. Também pesam fatores como logística eficiente e a volatilidade cambial, que fortalecem a competitividade do Brasil.

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Cogo Consultoria

A mudança em relação aos anos anteriores é evidente. Em maio de 2023, os prêmios estavam no campo negativo. Em 2024, começaram a dar sinais de recuperação. Agora, em maio de 2025, estão firmemente positivos. A expectativa é de que essa valorização continue até março de 2026, período em que os prêmios costumam recuar, especialmente em fevereiro, com a entrada da nova safra brasileira.

Carlos Cogo, da Cogo Consultoria, ressalta que o momento é positivo para os primeiros meses de 2026. “É o prenúncio de prêmios maiores. Esse valor pode, sim, mudar lá na frente. O próximo passo entre EUA e China é chegar a um acordo comercial. Se esse acordo sair, os prêmios da soja, que hoje estão positivos para 2026, podem ficar negativos, porque a China vai redistribuir essas compras, e isso tende a reduzir a demanda. Há agora uma grande oportunidade de fixar os valores da soja”, afirma.

O consultor da Safras & Mercado, observa que os prêmios vêm operando de forma mais estável e já mostram enfraquecimento em relação a abril, quando chegaram perto de um dólar no porto. “Hoje, giram em torno de 50 pontos para junho”, aponta. Ele destaca que a comercialização de maio está praticamente concluída, com embarques estimados em 15,4 milhões de toneladas. “Somando o que já saiu e o que deve ser embarcado até junho, o volume ultrapassa 61 milhões de toneladas. É um número expressivo, mas que tende a perder força no segundo semestre, o que é sazonal e pode pressionar os prêmios”, completa.