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Produtor planta soja cedo no Paraná para tentar fugir da ferrugem

Estado registrou 113 casos da doença no ano passado e resistência do fungo aos agroquímicos tem trazido dor de cabeça

André Anelli, de Apucarana (PR)
No Paraná, a ferrugem asiática tem feito produtores plantarem mais cedo para evitar ao máximo o período de maior pressão do fungo causador da doença, que é em meados de dezembro. Quem ainda não plantou, não vê a hora de iniciar a semeadura.

Na fazenda que Rafael Miksza administra, no município de Apucarana, no Paraná, os 240 hectares de trigo darão espaço à soja, assim que colhidos. O administrador diz que o plantio mais cedo pode diminuir o tempo de exposição das novas plantas à ferrugem asiática. Mesmo assim, a propriedade ainda depende da liberação da área para começar a semeadura.

“Estamos com a colheita do trigo um pouco atrasada e isso vai atrapalhar o início do plantio da soja. Se a gente conseguisse plantar de forma antecipada, teríamos menos problema com a ferrugem, com certeza”, diz Miksza.

Na última safra, foram registrados em todo o país 643 casos de ferrugem asiática, 113 só no Paraná. A alta resistência do fungo aos defensivos tem dificultado o controle da doença afirma a Embrapa.

“Quando a ferrugem entrou no Brasil, tínhamos fungicidas com uma eficiência de 80% a 90% de controle. Mas com a aplicação frequente dos fungicidas e a seleção dessas populações resistentes, alguns produtos têm hoje uma eficiência de no máximo 20% de controle. Isso é a seleção natural e estamos perdendo alguns fungicidas”, conta a pesquisadora da Embrapa, Cláudia Godoy.

A Embrapa mantém amostras de soja expostas ao fungo para desenvolver novas formas de controle. Mas a pesquisadora diz que a melhor prevenção é evitar o atraso do plantio, para que a planta seja beneficiada pelo fim do vazio sanitário.

“A gente tem o vazio sanitário, que reduz o inóculo da doença na entressafra, e aqueles produtores que plantam cedo se beneficiam dessa redução e conseguem escapar da doença. O fungo tende a aparecer a partir de novembro e dezembro. Se eles monitoram, vão observar essa doença aparecendo mais no final do ciclo da cultura e com isso eles conseguem ter um certo escape da doença”, diz Cláudia.

Mas não é só o risco de ferrugem que tem apressado o plantio na fazenda administrada por Miksza. No local será realizado o evento oficial do Soja Brasil, que celebra a colheita da safra 2018/2019. Em janeiro, autoridades políticas e produtores rurais de todo país devem acompanhar a cerimônia de perto.

“A expectativa é bem boa. A gente quer organizar tudo certinho para receber todo esse pessoal da soja, pois somos uma família e queremos receber todos muito bem aqui na propriedade. Vamos preparar tudo para uma grande celebração. E espero que sem ferrugem”, conta Miksza.

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