CONTRATOS FUTUROS

Quais fatores devem influenciar a soja e o milho em Chicago?

Análise da hEDGEpoint Brasil cita comportamento da CBOT na última semana, mostrando os elementos que podem ser precificados daqui para frente

soja mercado dinheiro Chicago
Foto: Envato

A soja encerrou a semana passada com preços ligeiramente mais altos, enquanto o milho caiu, lembra análise da hEDGEpoint Brasil.

No entanto, os contratos futuros da oleaginosa tiveram um dia muito positivo na segunda-feira (11) devido às crescentes preocupações com o Brasil, mas perderam força ao longo da semana à medida que elas diminuíram.

Já o milho tem se movimentado lateralmente há algum tempo, sem desvios significativos dos fundamentos já conhecidos.

Ainda assim, a sexta-feira (15) trouxe notícias altistas para ambas as culturas, diz a avaliação da consultoria.

Para o milho, a administração o presidente Joe Biden anunciou que permitiria que o SAF à base de etanol se qualificasse para créditos fiscais, desde que uma certa metodologia fosse seguida.

Contudo, os detalhes ainda serão atualizados até 1 de março, mas o fato foi visto como uma vitória para o lobby do milho.

Esmagamento de soja

esmagamento de soja

Enquanto isso, a Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos (Nopa) relatou que o esmagamento de soja nos EUA ultrapassou a faixa esperada pelo mercado, proporcionando algum suporte durante as últimas horas de negociação da semana.

“Olhando para frente, há alguns fatores a serem observados. Estamos agora no meio de dezembro, e as lavouras de soja no Brasil estão entrando nas fases reprodutivas de desenvolvimento, tornando-se mais sensíveis ao clima nas próximas quatro semanas”, diz a hEDGEpoint Brasil.

Produção de soja ainda recorde

Ao mesmo tempo, com o melhor clima desde o meio de dezembro, os futuros de soja em Chicago não estão precificando tanto risco climático como antes. Essa combinação pode
criar oportunidades para rallies a curto prazo, especialmente se as previsões do tempo ficarem subitamente mais secas por alguns dias.

“No entanto, dadas as condições climáticas atuais e o Normalized Difference Vegetation Index (NDVI – Índice de vegetação de diferença normalizada), ainda acreditamos que o Brasil deverá produzir uma safra abundante, estimada em 160 milhões de toneladas – um
pouco abaixo do esperado inicialmente, mas ainda considerável. Como tal, a médio e longo prazo, ainda tendemos para o lado baixista”, diz a hEDGEpoint Brasil.

Preços contidos para o milho

Da mesma forma, em relação ao milho, acreditamos que o balanço confortável nos EUA deve manter os preços contidos. No entanto, a curto prazo, pode haver várias razões para os preços subirem.

De acordo com a consultoria, os fundos especulativos estão muito vendidos no mercado de milho, o que tende a torná-los mais sensíveis a notícias altistas.

A crescente preocupação com a safra de inverno no Brasil (perda da janela de plantio e margens mais baixas, por exemplo), bem como um possível corte na taxa de juros, podem levar a uma reação dos especuladores.

“Em resumo, acreditamos em uma boa produção na América do Sul em 23/24 e, portanto, em preços mais baixos em geral”.

Contudo, a hEDGEpoint Brasil destaca que uma combinação de fatores de mercado pode adicionar algum suporte aos preços do milho e da soja a curto prazo.