Em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (13), representantes da cadeia da soja discutiram a redução do teor de umidade para a classificação do grão de 14% para 13%.
O tema advém da revisão da Instrução Normativa nº 11 de 2007, que define o Padrão Oficial de Classificação da Soja, proposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Entre as apresentações favoráveis à medida, o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, destacou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biodiesel (ANP) exigiu da indústria redução de 500 ppm de água do grão para 200 ppm para a fabricação de biodiesel.
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“Não viemos fazer audiência pública na Câmara para reclamar do fato de termos de tirar água. Este é um problema meu [da indústria], nós que temos de garantir a qualidade, então fomos lá e garantimos. Não reclamamos que a distribuidora tem de nos pagar a mais pelo volume menor que estamos entregando. Não faz sentido esse debate. Temos a obrigação de melhorar a qualidade como um todo, cada elo da cadeia vai incorporar custos”.
Já as entidades representativas dos produtores rurais argumentam que a redução de 1% do teor de umidade do grão de soja faz com que o peso do grão caia 1,15%. Assim, temem que sofram penalização na hora da venda.
Demanda chinesa na soja
Nassar lembra que, por enquanto, a China não está exigindo que a soja adquirida tenha 13% ou menos de teor de umidade. “Mas no dia em que ela exigir, teremos de ajustar o contrato Anec [de exportação], teremos de ajustar todos os contratos de compra, independentemente da norma do Ministério porque nós não vamos aceitar levar desconto por umidade na hora em que formos entregar [a soja] na China”.
O presidente-executivo da Abiove acredita que ao exportar soja mais seca, o prêmio sobe, recurso que é transferido inteiramente para o produtor. “Assim, o produtor vai entregar um caminhão com menos peso de soja, mas terá um basis maior”.
Entretanto, de acordo com ele, independente da decisão do Ministério de baixar ou não o teor de umidade, a indústria apoiará.
