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Sojicultor investe no solo, mas corre risco de não receber nem para os custos

Produtor do Maranhão está gastando até R$ 65 por saca para manter a lavoura produtiva e muitas vezes o preço da soja não chega a este valor

André Anelli, de Balsas (BA)
No Maranhão a soja não é uma novidade, muito menos o fato que os solos da região são mais arenosos ou possuem menos nutrientes que as lavouras de outras regiões. A saída é fazer a correção do solo, até que o perfil esteja corrigido e manter os cuidados com esta parte tão importante para a produção de soja. Entretanto, os custos para isso estão bastante elevados e alguns produtores estão com receio de não receber nem para pagar os gastos.

Em Balsas, no centro sul do Maranhão, é comum encontrar o “solo silte”, tipo que mais parece areia, tem pouca argila e é de baixa fertilidade. Para conseguir plantar nesta área o produtor Idone Grolli teve que investir quase R$ 2 mil por hectare.

“Não é uma uma área extensa.Mas está bem no meio da propriedade e não iria deixar uma área dessa abandonada. Até pra que tenha um talhão mais uniforme, com boa produtividade. Então acabamos uniformizando e plantando. Normalmente temos uma certa queda de produtividade, ali”, diz Grolli.

O solo que predomina no sul do estado tem taxas maiores de argila, de 25 a 30%. São mais férteis que o silte, mas mesmo assim demandam custos elevados para correção. “Temos aqui uma degradação muito rápida dos elementos e nutrientes do solo. Isso requer que, a cada dois ou três anos, a gente tenha que revolver esse solo. Entrar com maquinário pesado, calcário, descompactar, isso eleva muito o custo”, diz Alex Oliveira, engenheiro agrônomo da propriedade.

Para conseguir fechar as contas no verde, a Aprosoja Maranhão diz que os produtores precisam vender a saca do grão por pelo menos R$ 65. Mas com a cotação do dólar perto de R$ 3,20, o preço pode ficar comprometido.

“A carga tributária pega bastante, mas temos a questão dos investimentos, abertura de área etc. O agricultor precisa investir sempre no solo, para poder produzir um pouco melhor. Mas, com isso, os custos aumentaram demais, principalmente adubos, fertilizantes e herbicidas”, diz o presidente da entidade, Carlos de Paula.

Se depender da logística para exportação da soja, os custos para o produtor maranhense devem permanecer elevados. Os gastos com escoamento por rodovia ou ferrovia tem ficado nos mesmos patamares. Ao produtor resta ter o controle dos custos de produção, para precificar a soja.

“O que a gente vai e faz é o seguinte, olhamos para o mercado constantemente, todos os dias, e de preferência vender primeiro e plantar depois. Quando você vê o mercado e tem os teus custos na mão, no momento que você encontra um preço que dê lucro, você acaba ficando com o risco só da produtividade mesmo”, diz Grolli.

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