RETOMADA

Uso estratégico do trigo impulsiona produção de soja no Rio Grande do Sul

Agora, preocupação dos sojicultores do estado não está mais na quantidade de chuva nas lavouras, mas sim na frequência

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Foto: Envato

Os produtores de soja do Rio Grande do Sul têm usado o trigo no sistema de produção. Na lavoura do agricultor Giordano Schiochet, no Planalto Médio gaúcho, os nutrientes e a palhada gerados pelo cereal de inverno são úteis ao desenvolvimento da oleaginosa.

“A nossa expectativa é colher 80 sacas, talvez até mais do que isso. A gente teve essa média de 60 sacas na última safra, uma média acima do esperado pelo que a gente passou de adversidade climática no ano passado. Acho que o que ajudou a gente a segurar esse potencial foi o investimento em correção de solo e capricho, o que acaba fazendo toda a diferença”.

Produção de soja no estado

O 1º Levantamento da Safra 2023/24 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (10), projeta que o Rio Grande do Sul deve produzir 21,8 milhões de toneladas de soja em 6,6 milhões de hectares. Assim, a colheita deve ser 68% superior à registrada na temporada 2022/23, quando as lavouras foram vitimadas pela estiagem.

No estado, muitas áreas já passaram pela dessecação e estão prontas para o plantio. O custo médio por hectare está mais baixo.

“Esse ano o adubo está em um preço mais moderado e os outros insumos, como inseticida, herbicida e fungicida baixaram também de preço. Então nós vamos fazer uma safra com um custo mais baixo, mas sabendo que a expectativa de preço é mais ou menos o que já está se desenhando no mercado”, conta o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Carlos Fauth.

Clima segue preocupando

Chuva clima tempo - ministros da agricultura
Foto: Pixabay

A soja deve puxar a safra de grãos gaúcha, estimada em 36 milhões toneladas, uma alta de 49% em relação ao ciclo passado. No entanto, o clima continua preocupando os produtores. Isso porque um ano com mais chuva pode impactar o começo da janela de plantio.

“Sabemos que existe um volume que está sendo previsto, uma intensidade mais alta, mas a frequência com que ela vai ocorrer a gente ainda não sabe, não temos essa segurança. As previsões não afirmam se isso vai ocorrer do começo ao fim ou se o volume vai ser concentrado em um único momento. Isso faz com que o produtor tenha que ter atenção máxima aos detalhes que definem o potencial produtivo”, instrui o engenheiro agrônomo Almir Rambo.

O Giordano já comprou 90% dos fertilizantes e sementes e está na espera de iniciar, de fato, os trabalhos para implantar os 328 hectares planejados.

“Hoje está todo mundo bem equipado, bem organizado com as máquinas. Acredito que sabendo aproveitar essas janelas, vamos conseguir implantar [a lavoura]”.

Essa reportagem faz parte da Expedição Soja Brasil e foi veiculada no segundo episódio do Programa Soja Brasil, nesta última sexta-feira (6). Acompanhe na íntegra: