Análises da hEDGEpoint Global Markets apontam a estimativa de produção e produtividade das safras de soja e milho dos Estados Unidos na temporada 2023/24.
De acordo com o analista de Grãos e Oleaginosas da empresa, Pedro Schicchi, atualmente as condições das lavouras de soja são reportadas em níveis baixos, embora não tanto como no milho em termos históricos.
“A soja possui um calendário ligeiramente diferente do milho. Ela, em geral, é vista como mais resistente ao clima ao longo de seu desenvolvimento, se tornando mais susceptível durante os estágios reprodutivos, que, para os Estados Unidos, será no mês de agosto”, explica.
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Schicchi destaca que, por um lado, essa condição dá mais tempo para a safra se recuperar das atuais condições ruins. No entanto, a expõe ao clima mais adiante, caso ele não seja positivo.
“Por hora, previsões climáticas de mais longo prazo apontam combinação de calor e seca para o mês que, embora não em níveis extremos, não são uma boa combinação. Vale lembrar que os modelos de longo prazo têm variado bastante”, complementa.
Produção e produtividade de soja
Dado esse cenário, a hEDGEpoint Global Markets espera os seguintes índices de produtividade de soja:
- Entre 48,5 a 50,6 bushels por acre, com média em 49,6 bu/ac – aproximadamente 3.345 kg/ha, ou seja, 55,7 sacas/ha
“Mais uma vez, na contramão ao cenário do milho, a área de soja se mostrou muito menor que o esperado no relatório de 30 de junho [do USDA]. Por essa razão, não é necessário que a produtividade caia muito para que a produção já se torne bastante apertada”, diz.
Considerando o ponto médio da faixa de produtividade, a empresa estima uma produção de 4.098 milhões de bushels ou 111,5 milhões de toneladas para 23/24. O número é 9% ou 11 milhões de toneladas abaixo do indicado pelo USDA, que projeta 4.510 milhões de bushels ou 122,7 milhões de toneladas.
Desempenho do milho
O rendimento médio das lavouras de milho norte-americanas, de acordo com a hEDGEpoint Global, está na faixa de:
- 171,4 a 174 bushels por acre, com média em 172,2 bushels por acre, ou seja, aproximadamente 10.967 kg por hectare (182,7 sacas/ha).
O número está abaixo dos 181.5 bu/ac, previstos no relatório de junho do USDA. Já a produção é indicada em 14.908 milhões de bushels ou 378,7 milhões de toneladas.
Segundo o analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global, Pedro Schicchi, a produtividade do milho deve ser definida ao longo deste mês de julho. Porém, a seca vista no Meio-Oeste americano até agora certamente já reduziu o potencial produtivo da safra, o que é visto pelo baixo nível das condições de cultivo reportadas pelo USDA.
“O clima tem se mostrado melhor nas últimas semanas com aumento na precipitação, principalmente no leste do cinturão do milho. O relatório de condições da semana (03/06) inclusive mostrou aumento nos níveis de Bom/Excelente. Embora em apenas 1p.p. a nível nacional, já é uma mudança significativas dos altos cortes vistos nas semanas anteriores”, afirma.
Clima nos Estados Unidos
As previsões de curto prazo têm se mostrado positivas em termos de precipitação e, embora altas temperaturas apareçam nos mapas na segunda metade de julho – o que pode ser prejudicial –, a princípio elas não atingirão as principais regiões produtoras.
No entanto, conforme Schicchi, ainda assim é algo a se monitorar. “Porém, apesar de perspectivas mais positivas do que tínhamos até algumas semanas atrás, devemos lembrar que mesmo com uma melhora, a safra agora parte de um ponto mais baixo”, diz.
