O que você precisa saber sobre as plantas aromáticas

Elas dão aquela valorizada nos alimentos e nos ambientes, mas também podem ser fonte de proteína, combater insetos e servir de matéria-prima para a indústria farmacêutica e de cosméticos

Fonte: Pixabay/divulgação

A utilidade das hortaliças conhecidas como plantas aromáticas e condimentos vai muita além de dar um “cheirinho” extra a alimentos e ambientes. Algumas delas funcionam como alternativa a inseticidas naturais – como é o caso do coentro, que repele insetos quando plantada junto a outras hortaliças, e da citronela, que mantém mosquitos à distância. A menta, por sua vez, pode combater o fungo das sementes de cebola.

De acordo com a analista de transferência de tecnologia da Embrapa Lenita Harber, as aromáticas e os temperos podem ser utilizados para consumo in natura, sendo vendidos desidratados e em maços, como ocorre com hortelã, salsinha, cebolinha.

“Também é possível extrair óleos essenciais, que são matéria-prima para a indústria farmacêutica, de alimentos, de cosméticos, de perfumaria, e até para a indústria de limpeza”, diz ela.

A Embrapa Genética e Tecnologia, do Distrito Federal, tem estudado essas plantas para pesquisa e cultiva mais de uma centena de espécies. A entidade distribui sementes de algumas delas para agricultores e publicou um livro detalhando suas propriedades e a forma de cultivo.

Uma das espécies cultivadas pela instituição é a ora-pro-nóbis, que tem propriedades proteicas e é muito popular na culinária mineira. A aromática vetiver é outra das plantas encontradas na Embrapa, e que tem como destaque o fato de apresentar o aroma não nas folhas, como geralmente ocorre em outras espécies, mas na raiz. Por ser uma gramínea, ela também serve para evitar a erosão do solo em barragens e estradas.

Grande parte dessas plantas é cultivada a partir de mudas, mas há também as que se reproduzem por estacas. “O alecrim utiliza a de ponteiro, aquela estaca bem tenrinha da ponta. Tem outras que podem ser estacas do meio do ramo, estacas mais lenhosas e rizomas, bulbos e divisão de touceiras, como é o caso do capim-santo”, explica o pesquisador da Embrapa Dijalma da Silva.

Ele afirma que é preciso conhecer bem as plantas para não confundir o tipo de utilização. A citronela e o capim-santo, que têm aromas similares, por exemplo, têm propriedades completamente distintas. “Enquanto o citral do capim-santo é um produto calmante, tranquilizante, a citronela tem o citronelau, que é mais utilizado para limpeza, como inseticida, repelente de moscas”, afirma Silva.

Para disseminar o conhecimento sobre essas plantas, a Embrapa publicou o livro Plantas Aromáticas e Condimentares – Uso Aplicado na Horticultura. “A gente sentiu a necessidade de agrupar todas elas, fazer uma descrição, como são propagadas”, afirma Lenita Harber. 

O livro pode ser adquirido no site da Embrapa ou escrevendo-se para Embrapa Informação Tecnológica (SCT), edifício-sede da Embrapa, Parque Estação Biológica – Av. W3 Norte (final), Brasília, telefones  (61) 3448-4162 e (61) 3448-4008.