Recursos para pré-custeio da safra 2016/2017 estarão disponíveis em 1º de fevereiro

Banco do Brasil disponibilizará R$ 10 bilhões com taxas de 7,75% ao ano para médios produtores e com encargo de 8,75% ao ano para os demais agricultores

Fonte: Pixabay/divulgação

Produtores rurais poderão contratar no Banco do Brasil (BB), a partir de segunda-feira, dia 1º, recursos para a aquisição antecipada de insumos, o pré-custeio da safra 2016/2017.

O BB disponibilizará R$ 10 bilhões, ofertado 100% com taxas controladas. Os recursos, com origem em captações próprias da Poupança Rural e dos depósitos à vista, são 22% superiores aos desembolsados na última edição, informa o banco, em comunicado.

O dinheiro estará disponível aos médios produtores por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp) com taxas de 7,75% a.a. até o teto de R$ 710 mil. Os demais produtores rurais acessam o crédito com encargos de 8,75% a.a. até o teto de R$ 1,2 milhão por beneficiário.

Segundo o BB, a disponibilidade de recursos resulta de uma combinação de fatores relacionados, principalmente, à elevação da exigibilidade da Poupança Rural de 72% para 74%, na safra 2015/2016.

Esse fator, conjugado com ações de premiação, comunicação e mobilização da rede de agências do BB, propiciou o crescimento dos saldos da modalidade no período de junho a dezembro de 2015, permitindo assim o atendimento das demandas de crédito rural.

Nesta quinta-feira, dia 28, durante a reunião do Conselhão, quando foram anunciados os recursos, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse que a confirmação de R$ 10 bilhões para pré-custeio da safra 2016/2017 “vai deslanchar melhor” o crédito agrícola.

Segundo o Ministério da Agricultura, com acesso ao pré-custeio, os produtores terão maior capacidade de planejamento, uma vez que poderão começar a comprar insumos já no início deste ano, antes da próxima safra. 

Repercussão

A retomada da linha de pré-custeio para safra 2016/2017 traz alívio para o produtor, mas não deve alterar as projeções para este ciclo, como área plantada e produção, afirmou o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira. 

“Na verdade não se trata de um ‘dinheiro novo’. É uma realocação de recursos do governo. É mais do mesmo”, afirmou Junqueira. “De toda forma, é bom para o produto porque é um financiamento por um custo inferior ao que está disponível no mercado e traz um alívio.”

Junqueira afirmou que o dinheiro deve ser usado para compra de insumos, como sementes e fertilizantes. No entanto, ele ressaltou que o investimento do produtor deve seguir em baixa. “A compra de máquinas agrícolas, por exemplo, teve uma queda significativa”, disse. “Isso porque a taxa de juros e a incerteza (sobre a situação econômica do País) estão muito altos.”