O trabalho para verificar a qualidade dos produtos durou quase dez anos. A coleta foi feita entre 1999 e 2008. Dos pavilhões da Central de Abastecimento saíram 1183 amostras de alimentos. Elas foram analisadas no laboratório central do Estado quanto à presença de coliformes, parasitas e resíduos de agrotóxicos. Segundo a vigilância sanitária, os produtores precisam estar atentos na hora da armazenagem para evitar contaminação.
? O produtor tem que estar atento em primeiro lugar pela higienização das caixas. A maneira com que isso está sendo feito não é muito correta. A utilização de caixas descartáveis também. Tem que estar atento ao transporte da propriedade, a própria utilização da caixa na propriedade, que geralmente é jogada no chão, no meio da terra, sem o mínimo cuidado ? diz a técnica Suzana Nietiedt, do Setor de Alimentos de Vigilância Sanitária do RS.
Quanto à quantidade de coliformes, brócolis e couve-flor foram os produtos que apresentaram os menores índices de contaminação. O maior problema foi encontrado no tempero verde, em 25,9% das amostras.
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? É comum a dona de casa só lavar o tempero verde em água corrente, mas ele deveria ser higienizado como as outras hortaliças folhosas, ser deixado de molho em uma água com hipoclorito de sódio por em torno de 20 minutos para diminuir a contaminação microbiológica ? explica Suzana.
Quanto à presença de parasitas, 74% das amostras de rúcula, radite e espinafre apresentaram contaminação. A pesquisa de resíduos de agrotóxicos revelou a presença de inseticidas em 44% das amostras de cebola, 22% das de abóbora e 16% das de morango. A contaminação se deu pela utilização de produtos não autorizados ou acima do limite permitido pela legislação.
? Quanto ao agrotóxico em si, infelizmente ele não pode ser eliminado totalmente. Ele pode se diminuir o risco higienizando corretamente as verduras, aquelas verduras que pode ser tirada as folhas externas também auxilia por causa dos pesticidas de contato. Quando é uma fruta que possa ser descascada, também diminui o risco, mas não elimina totalmente, porque tem produto que ingressa na planta que são os sistêmicos, a planta absorve e aí esses produtos não podem ser retirados da planta ? ensina Suzana.
A Ceasa vai oferecer um curso de boas práticas agrícolas aos produtores. Aqueles que comercializavam amostras de alimentos com grande índice de contaminação podem responder a processo administrativo sanitário.
