Rio Grande do Sul caminha para safra recorde de soja em 15/16

Projeção de 16 milhões de toneladas surpreende agricultores e deve manter o estado como terceiro maior produtor nacional do grão

Manaíra Lacerda | Não-Me-Toque (RS)

A safra de soja no Rio Grande do Sul caminha para um recorde. Pelo menos esta é a opinião da Emater do estado, que projeta 16 milhões de toneladas do grão. Se confirmada, a produção mantém o estado como o terceiro maior produtor do país. Os números foram divulgados no Fórum Nacional da Soja, que ocorreu durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque.

O resultado surpreende os agricultores, que, no melhor dos cenários, esperavam uma colheita de 15 milhões de toneladas. O clima, que prejudicava os produtores, melhorou em fevereiro e o desenvolvimento das lavouras fluiu.

– Foi uma surpresa agradável [o resultado]. Nós tínhamos uma previsão de El Niño para o Rio Grande do Sul com excesso de chuva. Isso realmente aconteceu e ocasionou problemas. Depois, as chuvas voltaram ao normal, houve temperaturas altas e ajudou no desenvolvimento das plantas. O produtor está muito satisfeito porque teremos uma safra absolutamente normal – avalia o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do estado (Fecoagro), Paulo Pires.

Porém, o clima não foi o único fator para a mudança positiva na safra gaúcha.

– O primeiro resultado é avanço e expansão da área. O segundo resultado é tecnologia e produtividade das lavouras. À medida que você avança sobre áreas que não eram tradicionais na cultura da soja, isso te exige uma adaptação, domínio da tecnologia. Nós já observamos alguns produtores com bastante produtividade e nível tecnológico expressivo – comenta o presidente da cooperativa Central Gaúcha, Caio Vianna.

O debate, que teve transmissão ao vivo pelo Canal Rural, também tratou da qualidade das sementes comercializadas no estado.

OFF 3: O RESULTADO DO LEVANTAMENTO FOI COMEMORADO NO FÓRUM NACIONAL DA SOJA, QUE ACONTECEU NA EXPODIRETO. A REUNIÃO TAMBÉM TRATOU DA QUALIDADE DAS SEMENTES COMERCIALIZADAS NO ESTADO./

– Produzir semente exige conhecimento, um parque tecnológico caro. Quando você prioriza o preço ao invés da qualidade, é bem provável que você pegue um lote que não teve rigor na produção – lembra o professor da Universidade Federal de Pelotas Paulo Dejalma Zimmer.

– O número de produtores de sementes diminuiu. Nós tínhamos há 10 anos 300 produtores no estado, hoje estamos em 90. Nós estamos nos especializando cada vez mais para vender uma semente de qualidade. O produtor não pode comprar semente por preço, precisa comprar pela qualidade – explica o diretor-executivo da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), Antonio Loureiro da Silva.

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