Rio Grande do Sul colhe supersafra de grãos

Produção das lavouras de soja, arroz, milho e feijão é a segunda maior da históriaA safra de verão 2007/2008 foi a segunda maior da história do Rio Grande do Sul e a melhor em preços pagos ao produtor. Os números finais da colheita dos principais grãos cultivados no Estado - soja, arroz, milho, feijão e trigo - foram divulgados, nessa quarta-feira, dia 25, pelo secretário da Agricultura, João Carlos Machado, em entrevista coletiva no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF).

? É o segundo ano consecutivo que comemoramos uma supersafra no Estado ? afirmou o secretário.

Ao lado do chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, e dos presidentes da Emater-RS, Mário Nascimento, e do Irga (Instituto Rio Grande do Arroz), Maurício Fischer, Machado destacou o valor bruto de R$ 14,6 bilhões gerado no campo. A diferença positiva de R$ 5,1 bilhões é 54% superior ao registrado na safra passada (R$ 9,44 bilhões) com a colheita dos principais grãos plantados no RS.

Segundo dados finais apurados pelos técnicos da Emater-RS e do Irga em todo o Estado, a atual safra totalizou 20,5 milhões de toneladas de grãos (soja, arroz, milho e feijão). O secretário acrescentou que, se for considerada a produção de trigo para esta safra que se inicia e que está estimada em 1,78 milhão de toneladas, o total a ser colhido na safra 2007/2008 sobe para 22,25 milhões de toneladas – permanecendo como a segunda maior safra da história gaúcha. Em relação à safra recorde do ano passado, de 24,12 milhões de toneladas, incluindo o trigo, a queda foi de 8% na produção.

O secretário lembrou que, no ano passado, o clima foi o melhor possível. Este ano, porém, as condições climáticas foram adversas, com a ocorrência de estiagem, chuvas de granizo e até ciclone extra-tropical.

? Mesmo assim, a safra de verão deste ano é a vice-campeã na história gaúcha e é 17% maior do que a média dos últimos cinco anos ? afirmou.

Futuro

Apesar da preocupação com a alta dos custos de produção, Machado disse que espera uma nova safra recorde em 2009.

? O grande desafio é produzir mais na mesma área, como estão fazendo os produtores de arroz incentivados pelo Irga ? exemplificou João Carlos Machado.

Segundo ele, o produtor gaúcho está motivado porque, há dois anos, vem tendo bons resultados na lavoura, o que está propiciando a recuperação da sua renda e a capacidade de investimento.

Grãos 

O arroz obteve o melhor resultado dos grãos plantados no Rio Grande do Sul nesta safra de verão. Pelo quinto ano consecutivo, a produtividade ficou acima das seis toneladas por hectare, sendo a melhor da história, com sete toneladas/ha, com base nos números do Irga. Conseqüentemente, a produção de arroz também foi a maior da história na safra 2007/2008, atingindo 7,5 milhões de toneladas. Os preços pagos ao produtor igualmente são os melhores já verificados no Estado. O valor da saca de 50 Kg de arroz está em R$ 33,55 em média, 44,9% acima do que estava nesta mesma época no ano passado.

A lavoura de soja, mesmo com prejuízos localizados de falta de chuvas em algumas regiões do Estado, alcançou uma produção de 7,6 milhões de toneladas, 9% superior a média dos últimos cincos anos, que foi de 7 milhões de toneladas. No ranking histórico, a produção de soja deste ano é a 3ª maior já colhida pelos gaúchos. O preço do saco de 60 Kg de soja está 58,5% maior do que a mesma época de 2007, sendo comercializado a R$ 49,24 em média.

Apesar dos problemas causados pelas intempéries, o milho teve a quinta maior safra do RS da história, com a produção de 5,21 milhões de toneladas. O preço da saca de 60 Kg pago ao produtor está em R$ 23,95 em média – 31,16% superior ao mesmo período do ano passado. O feijão, que teve uma redução de 12,17% (somando a 1ª e a 2ª safra) na área plantada, fechou uma produção de 104,7 mil toneladas. A produtividade foi boa, de uma tonelada por hectare, sendo a 2ª maior da história, só perdendo para a do ano passado, que foi de 1,21 tonelada/ha. O preço pago ao produtor é o melhor de todos os tempos, com média de R$ 121,11 o saco (60Kg) – mais de 192,6% maior do que o verificado nesta mesma época no ano passado.