A iniciativa prevê o incentivo e acompanhamento técnico nos dois últimos anos do Ensino Médio. Metade do dinheiro referente à bolsa ficaria retida e só poderia ser retirada após a apresentação de um projeto para o desenvolvimento de sua propriedade. Atualmente, das 374 mil propriedades familiares do Estado, 115 mil (30%) ainda não têm um herdeiro definido, segundo interpretação feita pela Emater a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Responsáveis por 70% produção rural nacional, as pequenas propriedades familiares têm importância ao manter na mesa da população urbana a variedade de alimentos atualmente disponível.
– Nossa preocupação é com a diminuição dessa produção diversificada. O jovem precisa sentir a importância que tem o seu trabalho no campo – defende o gerente regional da Emater em Caxias do Sul (RS), Neuri Frozza.
Para valorizá-lo e incentivá-lo, Frozza acredita que ainda faltam políticas públicas que facilitem o trabalho do jovem produtor.
– É preciso avaliar minimamente por qual motivo o jovem deixa o campo e mostrar que nem sempre a vida na cidade traz melhores condições – complementa a assistente técnica da entidade Vera Carvalho.
Técnicas de manejo que ajudam a melhorar a qualidade de vida também ajudam a fixar o agricultor no campo. Uma das práticas demonstradas em Nova Petrópolis é da ordenha de pé. O sistema mais completo, de aço galvanizado e todo canalizado, com investimento acima de R$ 15 mil, foi o que mais incentivou Marcos Seefeld, 22 anos, a permanecer na propriedade da família.
– Mudou o trabalho e a qualidade do leite, nos dando mais retorno financeiro – afirma.
O acréscimo nos pagamentos se dá pela qualidade do leite. A posição também é mais confortável para o animal, que produz mais, e permite melhor higienização. Com qualidade dentro dos padrões internacionais, o pagamento do produto pode ser acrescido em até R$ 0,11 por litro, 15% a mais do valor sem a bonificação.
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