FRUSTRAÇÃO

Safra de tomate retrocede e deve voltar ao patamar de 2022

Condições climáticas e o aparecimento de pragas que migraram de outras culturas para o fruto derrubaram as projeções do setor

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Foto: Pixabay

As condições climáticas adversas, devido a presença do evento El Niño, e a alta proliferação de pragas, como a mosca branca, devem afetar consideravelmente a produtividade das lavouras de tomate industrial, com expectativa de retorno ao patamar de 2022.

Segundo levantamento feito pela Tomate BR, a área de cultivo deve ultrapassar 19 mil hectares, uma revisão das projeções divulgadas pela associação no início deste ano, quando se esperava um aumento de 7% do espaço ocupado pelas plantações.

A produção deve alcançar em torno de 1,7 milhão de toneladas e os números das colheitas devem ficar bem próximos dos registrados em 2022, conforme mostra a projeção mais recente da entidade.

Projeções eram otimistas, mas…

“O ano de 2023 foi um dos mais rigorosos da última década com o tomate e este ano as projeções eram mais otimistas, porém estamos enfrentando diversas dificuldades”, diz o diretor da Tomate BR, Vlamir Breternitz.

Segundo ele, as altas temperaturas nos meses de janeiro, fevereiro e março contribuíram para a ponte migratória de agentes transmissores de viroses, a exemplo da mosca branca, vindos de culturas como a soja. “Com isso, as primeiras lavouras sofreram sérios danos e algumas tiveram até mesmo que ser erradicadas”, explica.

Perda de mudas de tomate

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Foto: shutterstock

Ainda sobre as adversidades climáticas, de acordo com o diretor, as chuvas intensas, registradas no mês de março dificultaram também o transplante das mudas, atrasando o cronograma e reduzindo a área de algumas lavouras.

“Os produtores perderam muitas mudas ainda em viveiro, devido a este atraso no transplante. E alguns reduziram o espaço do plantio justamente para não adentrarem suas colheitas em meses de maiores riscos climáticos, levando em conta que a partir do segundo semestre teremos a presença de outro evento climático, o La Niña, caracterizada por fortes chuvas a partir do mês de setembro, nas regiões onde se concentram as principais lavouras do país”, conclui.