PEDIDO AO MAPA

Santa Catarina solicita revisão do calendário de semeadura da soja

De acordo com Secretaria de Agricultura do estado, objetivo é evitar o aumento do déficit de milho, superior a 550 mil toneladas/ano

Uma nota técnica foi encaminhada ao Ministério da Agricultura (Mapa) pela Secretaria da Agricultura e Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) solicitando a revisão do calendário de semeadura da soja na safra 2023/24.

O objetivo, de acordo com a instituição, é evitar “um aumento do déficit de milho no estado, previsto para ser superior a 550 mil toneladas/ano”, explicou o secretário, Valdir Colatto.

Atualmente, a portaria DAS/MAPA No 840 de 07 de julho de 2023, fixa o prazo de 21 de setembro a 29 de dezembro para plantio da soja em território catarinense.

Na última safra, o estado produziu 3,02 milhões de toneladas da oleaginosa, com produtividades que chegaram a 4 toneladas por hectare.

A atividade envolveu mais de 35 mil usuários que compraram defensivos à proteção da cultura. Exclusivamente para sementes, são 14,3% de toda a área cultivada (113.812,59 ha), alocados em 73 municípios, sobretudo no planalto norte e oeste.

Soja favorece milho-silagem

híbrido de milho FS620 para silagem
Foto: José Florentino/Canal Rural

O pico de plantio da soja, seja para sementes ou finalidade comercial, ocorre em novembro e corresponde a 54,5% da área plantada, evitando as geadas tardias, típicas em Santa Catarina.

Conforme os técnicos do estado, a segunda safra de soja, plantada em janeiro e fevereiro, favorece a produção prévia de milho-silagem, principalmente nas pequenas propriedades, traduzindo em quantidade alimentar ao gado no inverno.

A defesa para ampliar o atual prazo imposto pelo Ministério da Agricultura, de acordo com Colatto, considera os seguintes fatores:

  • O expressivo aumento da produção leiteira no estado;
  • A sucessão milho-silagem/soja segunda safra nas pequenas propriedades;
  • O déficit de milho-grão puxado pela pujante produção protética animal;
  • A proteção do solo após a colheita do tabaco e cebola; e
  • A condição climática única verificada em Santa Catarina em decorrência das geadas – o que exige plantio da soja após dezembro – além do controle de pragas.

A solicitação reinvidica que para Santa Catarina, “excepcionalmente para 2023/24, o plantio da soja possa ser realizado entre 21 de setembro a 10 de fevereiro, ou então, a manutenção dos prazos como em anos anteriores.