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Segunda-feira vermelha: entenda a razão que fez a soja despencar mais de 2%

Segundo analista da Safras & Mercado, os produtores brasileiros devem se valer do dólar em alta para travar mais negócios e aproveitar a oportunidade!

A soja fechou esta segunda-feira, 9, com forte baixa na Bolsa de Chicago. De acordo com a consultoria Safras, em dia de tumulto no mercado global, as preocupações com o efeito do coronavírus na economia mundial e a queda de 24% no barril do petróleo derrubaram também as cotações da oleaginosa. Não à toa, o mercado da soja, que é a principal commodity agrícola do mundo, também registrou um forte recuo de 2% na Bolsa de Chicago. Mas para o Brasil isso pode ser uma oportunidade, avalia o analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

“O mercado também absorveu sem muito impacto o resultado dos registros de exportação dos Estados Unidos e se posicionou frente ao relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado amanhã, às 13h”, informa.

Segundo ele, não é que o petróleo gera impacto direto na soja, mas como o combustível é uma das principais commodities mundiais, uma queda desse tamanho gera impacto em todo o mercado.

“Afinal estamos falando da base energética mundial. Então é natural que isso se reflita em todos os outros produtos. O dia deve fechar bem negativo para o mercado internacional da soja”, avalia Gutierrez.

O analista comenta que, além disso todo o mercado financeiro está em queda, as bolsas do mercado financeiro caindo 7% a 9%, trazendo um viés nervoso e negativo.

“Será assim hoje. Uma segunda-feira vermelha. Não há nenhuma outra mudança na soja, mas todos os mercado nervosos por conta do petróleo. Isso é uma bola de neve”, diz.

Cotação em queda

Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com desvalorização de 21,25 centavos de dólar ou 2,38% em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,70 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 8,79 por bushel, retração de 21 centavos de dólar ou 2,33%.

Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com baixa de US$ 4,70 ou 1,54%, a US$ 300,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 27,54 centavos de dólar, perda de 1,21 centavo ou 4,2% na comparação com o fechamento anterior.

Brasil terá oportunidade

Segundo Gutierrez, isso tudo pode trazer um reflexo positivo para o Brasil, principalmente em relação ao dólar, que segue subindo e batendo recordes. Nesta segunda, a máxima da moeda americana bateu em (R$ 4,79 até as 11h).

“Isso traz uma oportunidade para quem está vendendo e tem o produto, no caso o Brasil. O preço pode continuar subindo? Pode. Mas até quando ou quanto é impossível saber. Tem gente que está esperando bater os R$ 5, mas o certo é ir travando vendas e fazendo a média”, afirma ele.

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