Sem concentração de esforços, há risco de estagnação econômica, diz Amorim

Apelo é um alerta aos países desenvolvidos sobre a tendência de imposição de barreiras tarifáriasO ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, apelou para a necessidade de reunir forças a fim de evitar a paralisia das negociações multilaterais e os efeitos desse processo. Segundo Amorim, se nada for feito há riscos de estagnação econômica, perdas de postos de trabalho e mais pobreza no mundo.

O apelo, feito nesta segunda, dia 30, na abertura da 7ª Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra (Suíça), é um alerta aos países desenvolvidos sobre a tendência de imposição de barreiras tarifárias.

? Estamos no meio de uma crise. Uma crise de paralisia. Quanto mais tempo levarmos para sair dela, maior será o impacto em termos de estagnação econômica e de perdas de postos de trabalho. Em alguns dos países mais pobres, isso significa que menos pessoas escaparão da pobreza absoluta e da fome ? avaliou.

Em seguida, Amorim acrescentou que “parar o relógio não é uma opção”.

? As circunstâncias econômicas mudam, barganhas feitas no passado acabam sendo superadas por novos desdobramentos ? completou.

Os ministros de Relações Exteriores dos países do G20 (grupo dos países em desenvolvimento) se reúnem até esta quarta, dia 2, e vão dar prioridade às discussões sobre as barreiras econômicas impostas aos produtos agrícolas.

Amorim afirmou que o governo brasileiro tem trabalhado para atender às expectativas de avanços expostas como metas durante a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

? Em linha com a Declaração de Hong Kong, até meados de 2010, o Brasil concederá tratamento duty-free-quota-free [livre de tarifas e cotas], com cobertura de 80% de todas as linhas tarifárias, aos países de menor desenvolvimento relativo ? afirmou.

Segundo o chanceler, este percentual vai aumentar gradualmente nos próximos quatro anos até cobrir a totalidade das linhas tarifárias. Para ele, o fundamental é que os países ricos sigam o mesmo caminho.

? Nossa esperança é que os países desenvolvidos façam o mesmo em breve ? acrescentou.

Para Amorim, é essencial a concentração de esforços.

? Temos de agir coletivamente e com urgência. Ao invés de concentrar-nos no que deu errado, temos de manter o foco no que é necessário para concluir as negociações. É preciso que essa avaliação aconteça nas próximas semanas e nos próximos meses, se quisermos manter o compromisso de concluir a rodada em 2010 ? concluiu o ministro de Relações Exteriores.