Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos alerta consumidores para produção sem uso de agrotóxicos

Meta do governo federal é aumentar de 200 mil para 300 mil o número de famílias envolvidas na produção desse tipo de alimentoO número de famílias envolvidas na produção de alimentos orgânicos no Brasil deve aumentar de 200 mil para 300 mil nos próximos dois anos. A meta do governo federal aumenta a expectativa dos produtores durante a Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos. Em todo o Brasil, eles aproveitam o período para conscientizar a população sobre a importância de uma alimentação saudável e sem o uso de agrotóxicos.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a feira que existe há 18 anos trouxe cheiro de comida para o meio das bancas. No local, o culinarista integral orgânico Sérgio Eduardo Costa faz receitas simples, como a da tapioca.

— A gente está fazendo aqui com a festa da biodiversidade e do alimento orgânico a promoção dos derivados que o agricultor nosso aí, o familiar tá fazendo — afirma Costa.

A feira na capital gaúcha tem clientes fiéis, como a advogada Lia Cristal. Ela conta que mudou os hábitos alimentares por causa da família.

— Eu tenho uma menina de três anos e eu me nego a envenenar a minha filha. Então, toda semana, eu venho na feira. Fico muito melhor consumindo os produtos orgânicos. Não é tão mais caro assim como as pessoas acreditam e tem benefício, então, eu acho que vale a pena.

O produtor Marton Krug planta hortaliças orgânicas há três anos e pela primeira vez trouxe mudas para a feira ecológica.

— Muita gente estava pedindo. Eles vinham com a verdura pronta e pediam a mudinha. Como era só da linha tradicional, faltava a orgânica. Comecei a trazer e o pessoal está gostando — afirma Krug.

O mercado para venda de produtos orgânicos cresce em feiras como a de Porto Alegre e, principalmente, nas compras governamentais. Até 2014, o governo pretende aumentar de 2% para 15% a compra de legumes, frutas e verduras para creches e escolas.

— O produtor tem alguns outros gastos, como a certificação. Ele precisa estar regular perante o Ministério da Agricultura, mas esta cadeia ainda é nova, ela tem que se organizar. Em algumas pontas sobra produto e faltam compradores e em outras sobram compradores e falta produto — explica o técnico da Emater, Luis Paulo Ramos.

Segundo a associação de produtores, o setor movimentou mais de R$ 500 milhões em 2011.

— O consumidor conhece quase mais do que a gente. Ele está pesquisando, sabendo das funções do produto e muitas vezes ele nos informa. Então, existe uma troca, uma soma muito interessante aqui na feira. É um espaço de esclarecimento e um espaço para comprar saúde. Isso que eu costumo dizer sempre: se alimentar com qualidade para que tenha saúde — afirma o produtor rural Nei Dimer.