Senar-MT oferece treinamento gratuito da NR-35

Curso é obrigatório para profissionais da zona rural que trabalham em altura e dá mais oportunidade de mercado para os trabalhadores do campo

Manaíra Lacerda | Ipiranga do Norte (MT)

Na zona rural, é comum o trabalho em altura durante o serviço. O profissional que lida nesta situação precisa saber quais são os requisitos mínimos de segurança e as medidas de proteção para este tipo de atividade.

É por isso que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) oferece gratuitamente um curso obrigatório para todos os profissionais que se encaixam neste perfil. A Norma Regulamentadora 35 (NR-35), do Ministério do Trabalho, exige o mínimo de oito horas de aula, com uma atualização a cada dois anos. No Senar-MT, este curso tem duração de 24 horas.

Uma das atividades que oferecem risco de altura na zona rural é fazer a manutenção dos elevadores de carga que ficam nos armazéns. Para isso, é preciso utilizar todos os equipamentos, o que inclui um cinto do tipo paraquedista, cordas e uma peça chamada talabarte (formato em Y).

– A norma exige que a pessoa esteja com os equipamentos mínimos para poder executar a atividade, com a utilização de uma corda específica e mais os outros equipamentos citados, para que o profissional tenha um plano A e um plano B. Uma das causas de acidente que nós temos é relativa à utilização da corda não especifica para realização do trabalho em altura e hoje nós temos ao nosso dispor cordas específicas e sem falar na utilização dos nós específicos para realização do trabalho em altura – explica o instrutor do Senar-MT Fabiano Oliveira.

Mesmo quem ainda não concluiu o curso já começou a entender a importância de seguir as regras de segurança.

– Eu sempre dei nó cego, mas agora eu sei que pode diminuir o peso da corda e ela pode se quebrar. A gente tem que se proteger primeiro. Se a gente observar alguém subindo em um elevador sem cinto, temos que orientar como fazer – afirma o ajudante de armazém Jhonatan Gomes, que participa do curso da NR-35 do Senar-MT.

O encarregado de armazém José Silva trabalha há sete anos na área e reconhece que não tinha ideia do risco que corria.

– A gente trabalhava do jeito que a gente sabia, não tinha o conhecimento que a gente está aprendendo. Ninguém gosta de colocar cinto, povo acha chato, mas tem que colocar. Antigamente não, eu mesmo já cansei de subir em elevador sem cinto, hoje nós não fazemos mais isso, temos noção do perigo. A nossa vida está em risco – afirma Silva.

Quem é empregador reconhece que o profissional com qualificação tem vaga garantida no mercado de trabalho.

– Não podemos levar um trabalhador para nossa propriedade se ele não passou pela qualificação. Se ele está qualificado, ele é imediatamente contratado. Aquele que não passa pela qualificação, acaba com mais dificuldade em arrumar emprego – afirma o presidente do Sindicato Rural de Ipiranga do Norte, Walcir Batista.

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