FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO

Soja: coinoculação proporciona aumento de 16% de produtividade

Gerente da Novozymes explica benefícios da prática e modo de uso. Além de aumento no rendimento médio, técnica também é conservacionista

Mesmo em pleno inverno, os agricultores brasileiros já estão com o seu planejamento quase pronto para a próxima safra de soja.

Fazer ou não o uso da coinoculação para Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), por meio da associação entre as bactérias do gênero Bradyrhizobium e Azospirillum, ainda é uma das dúvidas dos produtores.

Segundo o gerente técnico da divisão agrícola da Novozymes, Fernando Bonafé Sei, o receio no uso da combinação entre insumos biológicos pode vir tanto pelo desconhecimento no manejo, quanto pela dúvida sobre o retorno que a coinoculação pode proporcionar.

No entanto, estudos realizados pela Embrapa Soja mostram que a associação das duas espécies de
bactérias benéficas pode gerar um incremento de produtividade em soja de até 16%.

O Azospirillum, de acordo com a entidade, tem o papel de fixar o nitrogênio e produzir fitormônios que promovem o crescimento vegetal, principalmente do sistema radicular melhorando a absorção de nutrientes e água, além de estimular e favorecer a nodulação e a FBN realizada pelo Bradyrhizobium.

“Percebemos que a busca pelo aumento de produtividade dos agricultores por meio de produtos mais
amigáveis ao meio ambiente é uma constante, e a coinoculação é uma ferramenta que o produtor
pode adotar com técnicas rápidas e simples de aplicar”, diz o gerente técnico.

Coinoculação e a soja

Foto: Carlos Santos

Com base em recomendações técnicas da Embrapa, a aplicação do inoculante não deve ser realizada na mesma operação junto com produtos químicos para o tratamento de sementes.

Além disso, a aplicação de inoculante turfoso, por exemplo, não deve ser feita diretamente na caixa de
sementes e sem uso de solução adesiva, o que, segundo a entidade, resultará em uma má uniformidade de aplicação e perda do inoculante, que não fica aderido às sementes e se acumula no fundo da caixa. O mesmo ocorre no momento da semeadura, causando desuniformidade na aplicação.

Bonafé Sei completa que, seguindo essas instruções que estão no manual do fabricante, a coinoculação é uma das ferramentas mais sustentáveis que o agronegócio tem adotado na produção de soja, principalmente pela facilidade aplicação.

“O produtor pode optar por adquirir o pacote tecnológico por meio do tratamento de sementes na fazenda ou efetuar a inoculação com Bradyrhizobium e Azospirillum no sulco de semeadura”, completa.

Aplicação prática

O ideal, afirma Fernando, é que o produtor faça uma lista com recomendações básicas, tais como:

  • Utilizar o inoculante dentro do prazo de validade;
  • Manter o produto em local protegido do sol e de temperaturas não superiores a 30 graus;
  • Aplicar em dose adequada conforme a condição e a modalidade de uso.

Segundo ele, aliteratura agronômica recomenda que, para evitar a incompatibilidade com químicos no tratamento de sementes, pode-se realizar a inoculação no sulco de semeadura, mas deve-se deixar o tanque para uso exclusivo com os inoculantes.