Soja: novembro será bastante chuvoso em boa parte do país

Segundo a meteorologia, alguns estados devem registrar até 150 milímetros a mais de precipitações. Só que isso deve acontecer mais próximo ao fim do mês

Pryscilla Paiva, de São Paulo
Previsões mais estendidas indicam novembro com chuva acima da média no norte do Rio Grande do Sul, oeste e sul de Santa Catarina, centro, sul, oeste e noroeste do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, noroeste de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

Entretanto outro fenômeno também chama a atenção. Enquanto que, no interior do Brasil, o desvio positivo chega a até 150 milímetros a mais que o normal, no oceano, esse desvio positivo chega a apenas 40 milímetros. “Isso significa que boa parte da precipitação no Brasil ainda acontecerá pela presença de sistemas de baixa pressão ou sistemas tropicais, como a Alta da Bolívia”, afirma Paulo Etchichury, climatologista da Somar.

Segundo ele, esse tipo de precipitação não é abrangente. Então ainda vão acontecer casos em que alguns municípios receberão chuva muito intensa, mas outras cidades do mesmo estado terão acumulados bem mais modestos.

Chuvas intensas e abrangentes acontecem pela presença de frentes frias, que atraem a umidade da Amazônia desde o interior da América do Sul até o oceano Atlântico. E isso não deverá acontecer nos primeiros 20 dias do mês. Somente mais para o fim de novembro é que a chuva começará a ter mais intensidade e ser mais homogênea.

Por fim, apesar da chuva acima da média no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, existem áreas que receberão menos chuva que o normal em novembro, casos do sul do Rio Grande do Sul e Bahia (região do cacau e vale do São Francisco).

A alternância entre frio e calor continuará no Brasil, mas com menor frequência. A temperatura ficará acima da média desde o Rio Grande do Sul até o sertão nordestino, passando pela costa do Sudeste. No interior do Sudeste e no Centro-Oeste, o calor não será excessivo.

Especificamente para esta semana, observam-se duas áreas com chuva. A primeira associada com uma frente fria na altura da Bahia, com acumulado de pelo menos 50 milímetros, em Minas Gerais, sudoeste da Bahia, leste de Goiás, centro e sul de Tocantins e norte de Mato Grosso.

Apesar do acumulado razoável, a chuva será isolada, pois a umidade da Amazônia não será atraída pelo sistema frontal. Mais ao sul, a passagem de duas frentes frias trará chuva mais intensa e generalizada ao norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e do Paraná, sul de Mato Grosso, além do sul do Paraguai e nordeste da Argentina. No Brasil, o acumulado vai oscilar entre 70 e 100 milímetros até o dia 4 de novembro.

Entre a chuva do Sul e a chuva do Nordeste, existe uma área com acumulados mais modestos entre São Paulo, Triângulo Mineiro e sul de Goiás, onde haverá oportunidade para a retomada da colheita de cana-de-açúcar.

A semana terá alternância entre calor e frio no Sul e Sudeste, mas com oscilações mais modestas que nas semanas anteriores. Maiores desvios positivos são esperados no Nordeste, com máximas 2,5°C mais elevadas que o normal para esta época do ano. No interior do Sudeste e no Centro-Oeste, por outro lado, a grande quantidade de nuvens faz com que o calor não seja expressivo.

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