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Abril: preços da soja podem seguir em alta no Brasil e em Chicago, afirma Conab

Segundo a entidade, em março, os valores internacionais e nacionais da soja subiram bastante, se comparado a 2020 e até a fevereiro deste ano

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou em seu 7º levantamento de safra, publicado nesta quinta-feira, 8, que as cotações da soja na Bolsa de Chicago devem seguir firmes em abril. Para a entidade, o mercado seguirá influenciado pela perspectiva de plantio de soja nos Estados Unidos e pela perspectiva de baixos estoques americanos.

A análise da Conab partiu da constatação de que as cotações de março de 2021 fecharam 62,79% mais elevadas que o mesmo mês de 2020. A média dos preços na Bolsa de Chicago (CBOT), em março de 2021, foi de US$ 14,14 por bushel, contra os US$ 8,69 por bushel do ano passado. Com relação a fevereiro de 2021, a alta dos preços Chicago foi de 2,29%.

“A alta do mercado internacional teve como fundamento os baixos estoques de passagem americanos e, mesmo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) não trazendo nenhuma novidade no relatório mensal de março, esse ainda é o principal suporte aos preços em Chicago”, afirma a entidade.

Segundo a Conab, a manutenção dos preços em patamares mais altos também teve influência da perspectiva da quebra na safra de soja na Argentina, lembrando que “o país é um dos maiores players no mercado mundial de farelo e óleo de soja.”

Outra informação que elevou a cotação em Chicago foi a alta dos preços de farelo e óleo de soja no mercado internacional. “Os óleos vegetais estão sob suporte de uma forte demanda (principalmente de biodiesel) e problemas na safra da palma na Ásia devido a variações adversas no clima.”

“A tendência é que os preços internacionais continuem firmes em abril ainda influenciado pela perspectiva de plantio do USDA e os baixos estoques americanos”, destacou a Conab.

Preços no Brasil em alta

Os preços da soja fecharam março com uma média de R$ 157,39 por saca, afirma a Conab. Isso representa uma alta de 92,36% em relação ao mesmo período de 2020, estimado em R$ 81,82 a saca de 60 quilos. Os valores médios de março, também superaram em 2,85% os registrados em fevereiro, que teve valor médio de R$ 153,03 a saca de 60 quilos.

“Os preços internacionais em alta e, o real desvalorizado, ainda são os principais motivos para a alta dos preços nacionais”, diz a entidade.

Já os prêmios pagos pela soja nos portos seguem em queda. Segundo a Conab a razão é justamente o avanço da colheita e uma maior concentração de produto nos portos.

“Dessa forma, os prêmios nos portos fecharam mais uma vez negativos em março e a tendência é que fiquem negativos até que os portos estejam com maiores disponibilidades”, diz.

Por fim, a entidade também fez uma projeção sobre as perspectivas para os preços da soja no mercado interno brasileiro.

“Para abril de 2021 é esperado que os preços nacionais continuem em alta, influenciados ainda pela paridade de exportação, onde principalmente os preços internacionais em alta darão sustentação aos preços internos, não tendo maiores ganhos devido aos prêmios de portos negativos”, afirma a Conab.

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