Arábia Saudita diz que pode aumentar produção de petróleo se houver demanda

Ministro do país diz, no entanto, que oferta maior não frearia preço do produtoO ministro de Petróleo da Arábia Saudita, Ali bin Ibrahim Al-Naimi, afirmou neste domingo, dia 22, na reunião de Jidá entre produtores e consumidores de petróleo, que Riad é capaz de aumentar sua produção em 2,5 milhões de barris diários "se houver demanda". Naimi, cujo país aumentou sua produção diária em 500 mil barris alcançando o total de 9,7 milhões de barris diários (mbd) em julho, também afirmou que Riad tem planos de investir US$ 129 bilhões no setor petrolífero nos próximos anos.

Embora tenha admitido que a atual situação no mercado do petróleo “não serve nem para os consumidores nem para os produtores”, o ministro afirmou que “aumentar a oferta agora não frearia o aumento do preço”. Naimi disse que entre as causas da instabilidade no preço estão os “temores de que no futuro haverá alguma falta na oferta”, o que considerou “incorreto”.

A Arábia Saudita, a maior produtora e exportadora do planeta, foi alvo de contínuas pressões americanas para aumentar sua produção e a da Opep, o que vários membros do cartel rejeitaram, pois afirmam que os estoques são suficientes.

O ministro da Energia e da Indústria do Catar, Abdullah Bin Hamad Al-Attiyah, reiterou por outro lado em Jidá que “não há falta na oferta, mas, ao contrário, os estoques são maiores que o consumo”. Attiyah expressou sua oposição a um aumento da produção da Opep, como exigem os consumidores, pois “ninguém pode controlar o mercado do petróleo nem a curto nem a médio prazo”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o secretário de Energia dos Estados Unidos, Samuel Bodman, pediram mais uma vez em Jidá o aumento da produção para interromper o aumento dos preços e estabilizar o mercado.

Neste sentido se expressou também o ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lobão, que se queixou que a escalada no preço do petróleo causou o aumento do preço dos alimentos. Lobão afirmou que se a Opep aumentar sua produção, o Brasil também fará isto.