Soja Brasil

Capacidade instalada das indústrias de óleos vegetais alcança 66,7 milhões de toneladas

Unidades em Mato Grosso, Santa Catarina e Tocantins vêm se destacando no aumento de capacidade de processamento

Óleo de Soja
Pesquisa reúne capacidade de processamento, refino e envase de óleos vegetais. Foto: Abiove

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou os resultados da Pesquisa de Capacidade Instalada das Indústrias de Óleos Vegetais para 2022.

O levantamento, realizado desde 1989, reúne dados reportados pelas empresas do setor sobre sua capacidade de processamento de oleaginosas, bem como de refino e envasamento de óleos vegetais por empresa.

Na comparação com o levantamento anterior, realizado em 2020, a capacidade total de processamento de oleaginosas cresceu 4,1% e atingiu 66,7 milhões de t/ano em 2022. Com relação à capacidade ativa, verificou-se uma elevação de 5,0%, com aumento da participação de plantas em atividade no total do processamento de 88,0% em 2020 para 88,7% neste ano.

Das 49 plantas ativas de refino e envase, 42 utilizam a soja como matéria-prima.

Grandes plantas de óleos vegetais

A estratificação por tamanho de planta permitiu concluir que houve um incremento na capacidade das unidades de grande porte (acima de quatro mil toneladas produzidas por dia), saltando de 5,5 milhões de t/ano em 2020 para 8,7 milhões em 2022.

Recorte regional

Analisando regionalmente, o resultado indicou aumento da capacidade ativa de processamento em todas as regiões do país com suas participações se mantendo relativamente constantes.

No âmbito estadual, destaca-se a capacidade de plantas ativas em Mato Grosso, que saiu de 11,1 milhões de t/ano em 2020 para 11,7 milhões em 2022.

Outros destaques positivos ficam por conta de Santa Catarina, que registrou aumento de 44,8% da capacidade ativa instalada, atingindo 1,3 milhão de t/ano em 2022, e Tocantins, que obteve aumento de 72,4% no período, com capacidade ativa de 1,6 milhão de t/ano.

Refino

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Foto: United Soybean Board/CCommons

No segmento de refino, a capacidade instalada no Brasil cresceu 3,2%, sendo expressa em 8,0 milhões de t/ano. Em termos de plantas ativas, o aumento foi de 2,8%, atingindo 6,8 milhões de t/ano. Do ponto de vista regional, o Centro-Oeste registrou capacidade ativa de refino de 2,9 milhões de t/ano em 2022, com aumento de 19% sobre 2020. Além disso, a região Sul apresentou elevação de 3,0% na sua capacidade total, ficando em 1,8 milhões de t/ano.

Envase

Já a atividade de envase cresceu 5,4% neste ano. Com relação a plantas ativas, o aumento foi de 4,7%, se estabelecendo em 4,4 milhões de t/ano. Esta elevação se deveu ao bom desempenho de Mato Grosso, que apresentou incremento de 33,6% na sua capacidade ativa de envase entre os dois anos.

Outros destaques positivos ficam por conta de São Paulo e Minas Gerais, cujas capacidades de envase por plantas ativas aumentaram em 6,4% e 12,6%, respectivamente.

Investimentos

Por fim, chama atenção os investimentos na construção e expansão de novas unidades. Entre 2020 e 2022, houve um aporte estimado de R$ 2,5 bilhões nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, com usinas integradas com biodiesel.

Para o próximo ano, já está previsto R$ 1 bilhão em expansão e construção de novas unidades nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Esse volume representa mais 1,1 milhão de toneladas para a capacidade de 2023.

Ainda assim, alguns fatores, como o aumento da mistura de biodiesel ao diesel comercial, podem estimular mais investimentos na indústria.