Comércio de flores se ajusta aos riscos da dengue

Flores de corte, que precisam ser mantidas em recipientes com água, perdem mercado para as já plantadas em vasoO Dia de Finados movimenta o comércio de flores em todo o país. Porém, de uns anos para cá, o comportamento de quem planta no campo e quem compra na cidade mudou por causa do risco de dengue. As flores de corte, que precisem ser mantidas em recipientes com água, perdem mercado para as já plantadas em vaso. Em algumas cidades, como São Paulo, a campanha de combate ao mosquito que transmite a dengue vai ser intensificada no feriado.

Na banca do produtor e comerciante Teruo Kobayashi na Ceagesp já não havia nem 10 caixas de Crisântemos na manhã desta sexta, dia 29. Ele chegou ao local com 400. O Dia de Finados faz ele dobrar as vendas.

? Acho que vêm 30, 40 vezes mais a quantidade de gente do que o normal ? diz Kobayashi.

O crisântemo é a flor mais comercializada nesta época do ano. O produtor vende em pacotes para serem colocas em um vaso com água. Ele diz que a comercialização de flores de corte caiu pela metade nos últimos cinco anos por causa da dengue.

Boa parte das flores vendidas na feira da Ceagesp, uma das maiores do país, sai do local em vasinhos, que podem se manter bonitos por até 15 dias. A vantagem em relação às flores de corte é que não precisa deixar na água.

? Pela facilidade, até mesmo também em virtude da flor de corte não estar podendo colocar em vasos de água, em virtude da dengue. O cemitério hoje usa mais vaso mesmo ? explica o comerciante Noé Leite.

Foi por este motivo que o comerciante Wolnei Lopes comprou tantas flores deste tipo. Ele está levando 70 caixas de crisântemos para revender na floricultura que possui na cidade.

Em um cemitério em São Paulo, quase não se vê vasos em cima dos jazigos. É uma preocupação da administração para evitar o acúmulo de água, diz o funcionário Francisvaldo Gomes, que trabalha no local. O pessoal da limpeza é orientado a conferir cada túmulo, independente da data.

? É um trabalho constante que nós fazemos. Retiramos água dos vasos, que por ventura encontramos acumulada em alguns vasos. Nesse dia 2 de novembro, Dia de Finados, a preocupação é maior ? explica Gomes.

Francisvaldo diz que, inclusive, vai trabalhar muito no feriado. Vai ser uma espécie de agente de saúde pra divulgar no cemitério a campanha da prefeitura de combate a dengue.  Hoje ele já colocou um cartaz na porta da capela. E na terça-feira vai distribuir estes folhetos pra quem visitar o cemitério.

? Eu vou estar distribuindo, eu mesmo, juntamente com os funcionários que trabalham comigo em prol de ser um agente combatente deste mosquito da dengue ? diz Gomes.